MUNDO RUMO À 3ª GUERRA MUNDIAL?

Fernando Alcoforado*

Este artigo tem por objetivo demonstrar que o mundo poderá caminhar para a 3ª Guerra Mundial em consequência do conflito que parece insolúvel reunindo, de um lado, os Estados Unidos e seus aliados ocidentais e, de outro, a Rússia, China e seus aliados. O que faz a possibilidade da 3ª Guerra Mundial ser cada vez mais provável é o acirramento atual do conflito entre a Rússia, de um lado, e os Estados Unidos, a OTAN e a Ucrânia, de outro lado. Além disso, os Estados Unidos estão articulando a constituição de uma OTAN Ásia-Pacífico para confrontar militarmente a China. O mundo caminha para eclosão da 3ª Guerra Mundial porque a proliferação de guerras interessa ao imperialismo norte-americano e à sua indústria bélica que são sócios no propósito de alcançarem seus objetivos, o primeiro, de manter sua hegemonia mundial e, o segundo, de aumentar sua lucratividade com a venda de armas. Com as guerras e os consequentes gastos militares, o imperialismo norte-americano visa manter o crescimento de sua economia e alcançar seus objetivos geopolíticos de manter sua dominação no mundo e, por sua vez, a indústria bélica busca maximizar seus lucros com a venda de armamentos ao governo dos Estados Unidos e a seus aliados. A ameaça de uma nova guerra mundial se fortalece, também, diante da falência do sistema internacional em assegurar a paz mundial.

A contribuição da indústria bélica no nascimento e na expansão do imperialismo norte-americano

A relação umbilical entre o imperialismo norte-americano e a indústria bélica começou com os gastos militares dos Estados Unidos na 2ª Guerra Mundial que foi o principal fator que contribuiu para tirar os Estados Unidos da depressão econômica ocorrida com a quebra da Bolsa de Nova Iorque em 1929 e não os gastos civis com o New Deal, programa econômico adotado pelo presidente Roosevelt. É preciso observar que a 2ª Guerra Mundial (1939-45) foi o processo através do qual os Estados Unidos saíram da estagnação econômica após a quebra da Bolsa de Nova Iorque em 1929 para duplicar sua riqueza nacional no pós-guerra, afirmando-se como potência hegemônica de primeira ordem que mantém até hoje. Relação profunda aconteceu entre o governo dos Estados Unidos e a indústria bélica norte-americana durante a 2ª Guerra Mundial, quando os Estados Unidos se converteram em potência imperialista baseada na indústria de guerra permanente e na ocupação militar de quase todos os países com a instalação de bases militares em todo o mundo [1]. É difícil determinar o número real de bases militares dos Estados Unidos no mundo. A primeira razão é que existem bases militares americanas sigilosas. Não se sabe exatamente quantas são, e nem onde elas estão localizadas. E mesmo as bases conhecidas publicamente sofrem mudanças constantes porque muitas são ativadas e desativadas de acordo com o interesse do momento. O levantamento mais recente apresenta 742 bases americanas fora dos Estados Unidos, que inclui instalações terrestres e marítimas.

A Figura 1 apresenta as bases militares norte-americanas dentro e fora dos Estados Unidos [10]. 

Figura 1- Bases militares dos Estados Unidos no mundo

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Fonte: https://www.oladooculto.com/noticias.php?id=250

A partir da 2ª Guerra Mundial, a guerra e a economia baseada na indústria bélica se tornaram os recursos por excelência utilizados pelo governo dos Estados Unidos para promover a expansão do imperialismo norte-americano. Os gastos com a aquisição de armas envolvem pesados créditos que o governo norte-americano vai buscar junto ao sistema financeiro privado que faz com que haja uma relação estreita entre o gasto militar e o aumento do capital especulativo circulante, estabelecendo-se fortes relações políticas promíscuas entre os grandes grupos do capital financeiro, a indústria bélica e o governo norte-americano. A expansão dos gastos militares impulsionada pelas guerras patrocinadas pelo imperialismo norte-americano desde a 2ª Guerra Mundial até o presente momento fez com que setor bélico-militar se destacasse no conjunto da economia dos Estados Unidos.

O fortalecimento do imperialismo norte-americano com a constituição da OTAN

Depois da 2ª Guerra Mundial, o imperialismo norte-americano se confrontou na Guerra Fria com a ex-União Soviética, quando este país e os Estados Unidos combatiam indiretamente um ao outro. Não houve enfrentamento direto entre eles devido ao risco de uma conflagração nuclear destrutiva. Neste período da Guerra Fria, os Estados Unidos e seus aliados europeus se uniram no plano militar para enfrentar a União Soviética e seus aliados com a constituição da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) em 1949 sob a liderança dos Estados Unidos. Por sua vez, a União Soviética constituiu uma aliança militar com os países socialistas criando o Pacto de Varsóvia. A respeito da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) [7], é importante observar que ela foi criada no contexto da Guerra Fria, em 1949 tendo como seu principal objetivo conter a expansão do socialismo na Europa ocidental. A OTAN tem como um de seus pilares garantir a segurança de seus países-membros, que pode ocorrer de forma diplomática ou com o uso de forças militares. Os países-membros da OTAN fornecem parte de seu contingente militar para eventuais ações desse porte, uma vez que a organização não possui força militar própria.

A OTAN contava até a dissolução da União Soviética em 1989 com 16 países: 1) Alemanha; 2) Bélgica; 3) Canadá; 4) Dinamarca; 5) Espanha; 6) Estados Unidos; 7) França; 8) Grécia; 9) Holanda; 10) Islândia; 11) Itália; 12) Luxemburgo; 13) Noruega; 14) Portugal; 15) Turquia; 16) Reino Unido. Para atender os interesses geopolíticos dos Estados Unidos e da indústria bélica, a OTAN se expandiu, após o fim da União Soviética, atraindo mais 14 países que integravam o sistema socialista do leste europeu como Albânia, Bulgária, Croácia, Eslováquia, Eslovênia, Estônia, Hungria, Letônia, Lituânia, Macedônia, Montenegro, Polônia, República Tcheca e Romênia. Com a adesão desses países iniciou-se o cerco da Rússia que se completaria com a incorporação da Ucrânia à OTAN (Figura 2).

Figura 2- O cerco da Rússia pela OTAN na Europa

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Fonte: https://www.bbc.com/portuguese/internacional-60129112

É oportuno observar que grande parte das operações realizadas até hoje pela OTAN desenvolveu-se no Hemisfério Norte, como no Afeganistão, Kosovo, norte da África, Oriente Médio, entre outros. Após 1990, a OTAN realizou a invasão do Iraque sob a liderança dos Estados Unidos. Houve, também, intervenção da OTAN liderada pelos Estados Unidos na Guerra da Bósnia que levou à dissolução da antiga Iugoslávia em 1992. Além da cooperação militar entre seus países-membros, a OTAN também contribui com a Organização das Nações Unidas(ONU) como seu braço armado intervindo em áreas consideradas perigosas por esta última organização. No século XXI, sob a liderança dos Estados Unidos, a OTAN envolveu-se em missões no Iraque (2004) e Afeganistão (2003), combateu a pirataria no golfo de Aden e no oceano Índico, além de realizar missões durante a Primavera Árabe, com a derrubada do governo de Gaddafi na Líbia, em 2011 e na tentativa de derrubada do presidente Bashar El-Assad da Síria, em 2013.

A Guerra Fria, conflito que se estabeleceu entre os Estados Unidos e a União Soviética, após a 2ª Guerra Mundial, e a criação da OTAN se converteram no novo e continuado impulso à indústria bélica norte-americana contribuindo para o fortalecimento do complexo militar-industrial. Os gastos militares dos Estados Unidos somaram, a partir da Guerra da Coréia (1950) até o momento atual, montantes jamais vistos. Além da Guerra da Coreia, os Estados Unidos desencadearam a Guerra do Vietnã e, mais recentemente, em conjunto com seus aliados europeus cinco guerras de agressão em larga escala — as do Iraque, da Iugoslávia, do Afeganistão, da Líbia e da Síria — e neste processo lucraram com espólios, como os recursos petrolíferos, enquanto os povos destes países sofreram terrivelmente com o terror imperialista em todas essas guerras de agressão. Os alvos mais recentes dos Estados Unidos e seus aliados foram a tentativa de derrubada dos regimes de Assad na Síria e a dos aiatolás no Irã.

A tentativa recente de incorporação da Ucrânia à OTAN atenderia aos interesses geopolíticos dos Estados Unidos porque completaria o cerco da Rússia e, ao mesmo tempo, da indústria bélica norte-americana que aumentou suas vendas de armamentos mesmo antes da invasão da Rússia ao fortalecer o exército ucraniano com armas e treinamento militar. A invasão da Ucrânia pela Rússia fez aumentar ainda mais o suprimento de armas a este país e aos países da OTAN para lidar com uma possível guerra com a Rússia. O fortalecimento do exército ucraniano e o fornecimento de armas explicam a resistência militar da Ucrânia em relação ao exército da Rússia durante a invasão do país. A indústria bélica dos Estados Unidos está ganhando muito dinheiro com a guerra na Ucrânia.

A expansão da OTAN na Europa para enfrentar a Rússia e a criação de uma versão Ásia-Pacífico da OTAN para enfrentar a China

Não há dúvidas que há o interesse geopolítico dos Estados Unidos de cercar e enfraquecer a Rússia, mas outro grande interessado no conflito é a indústria bélica porque a existência do conflito representa maior volume de venda de armas e munições. Recentemente, o Congresso dos Estados Unidos votou um projeto de lei chamado “Proteger a Ucrânia”, no valor de US$ 500 milhões para fornecer armamento à Ucrânia. O mesmo está acontecendo com outros países integrantes da OTAN. Quase todos os países da região estão comprando armas, equipamentos militares e munição da indústria bélica dos Estados Unidos. O governo dos Estados Unidos e sua indústria bélica são os principais responsáveis pela eclosão de uma nova guerra mundial porque, além de promoverem o cerco da Rússia na Europa com a OTAN, está pretendendo construir uma versão Ásia-Pacífico da OTAN para enfrentar a China. A China denunciou a criação de uma versão Asia-Pacífico da OTAN no website news.cgtn [5].  

Está bastante evidente a estratégia militar dos Estados Unidos de expandir a OTAN na Europa para cercar a Rússia e da construção de nova versão Ásia-Pacífico da OTAN para combater a China. Isto se deve ao fato de a Rússia e a China se constituírem em obstáculo à dominação mundial dos Estados Unidos, respectivamente, do ponto de vista militar e econômico. A nova versão Ásia-Pacífico da OTAN surge, também, para fazer frente ao sistema de defesa da China na Ásia (Figura 3). A nova versão Ásia-Pacífico da OTAN tende a acirrar o conflito dos Estados Unidos contra a China da mesma forma que a OTAN faz com relação à Rússia.

Figura 3- Sistema de defesa da China na Ásia

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Fonte: https://www.naval.com.br/blog/2019/08/20/china-pode-vencer-militares-dos-eua-na-asia-em-questao-de-horas-segundo-relatorio-australiano/

O risco da eclosão da 3ª Guerra Mundial fica colocada como uma possibilidade real de acontecer, inclusive com o uso de armas nucleares. A Figura 4 apresenta os países que possuem armas nucleares [8].

Figura 4- Países com armas nucleares

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Fonte: https://rr.sapo.pt/especial/mundo/2022/02/28/armas-nucleares-quantas-existem-e-quantos-paises-as-tem/274403/

Cabe observer que, desde 2019, existem aproximadamente 3.750 ogivas nucleares ativas e 13.890 ogivas nucleares totais no mundo [6]. Atualmente há 12.705 armamentos nucleares pertencentes a nove países: Estados Unidos, Rússia, China, França, Reino Unido, Paquistão, Índia, Israel e Coreia do Norte. Rússia e Estados Unidos têm 90% das armas nucleares do mundo. Juntos, todos os países da OTAN que têm armas nucleares possuem 6.065 ogivas, enquanto a Rússia tem 5.997.

Os gastos militares como sustentação econômica, geopolítica e imperialista dos Estados Unidos

Não é coincidência que os Estados Unidos sejam um dos países que mais se beneficiam economicamente de confrontos armados, já que as maiores exportadoras de armas do mundo são norte-americanas. Para além da venda de munição e de armas, os Estados Unidos monetiza, também, com contratos de segurança e treinamento militar, o que faz com que muitos membros do Congresso norte-americano entendam as guerras como uma máquina geradora de emprego e dinheiro. A paz, para os Estados Unidos, não é desejada nem perseguida pelos seus governos porque poderia custar muito caro para sua economia. Os Estados Unidos é o país com o exército mais poderoso do mundo porque, além de possuir o terceiro maior exército em número de soldados ativos, é também o que mais investe nas forças armadas [3]. Os Estados Unidos investem 740 bilhões de dólares no exército, enquanto que a China, o segundo país que mais investe, possui um orçamento de 178 bilhões de dólares.

Os Estados Unidos também possuem a tecnologia mais avançada para combates e defesa. Atualmente, a Rússia possui a segunda força militar mais poderosa do mundo. Formado em 1992, após a dissolução da União Soviética, o exército russo foi um dos que mais investiram nas últimas décadas. A Rússia é também um dos poucos países que produzem seus próprios equipamentos militares, tendo o maior número de tanques e projetores de foguete entre todos os exércitos do mundo. A China possui o maior exército do mundo em número de soldados ativos. A China é também o segundo com mais financiamento nas forças armadas, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. O grande desenvolvimento da China nos últimos anos, faz com que peritos projetem que o exército chinês venha a se tornar ainda mais forte nas próximas décadas.  

As despesas militares globais atingiram em 2018 seu nível mais alto desde o fim da Guerra Fria, alimentadas pelo aumento dos gastos militares dos Estados Unidos e da China, as duas maiores economias do mundo, segundo números divulgados pelo Instituto Internacional de Pesquisa da Paz de Estocolmo (Sipri) [2]. Em 2018, os Estados Unidos e a China representaram metade gastos militares do mundo. Este é o valor mais alto desde 1988. Os Estados Unidos foram responsáveis por 36% do total de despesas militares globais, valor próximo aos gastos combinados dos oitos países seguintes na lista, segundo o Sipri. A China representa 14% dos investimentos globais e nos últimos dez anos cresceram 83%. Desde 2013, a China dedica 1,9% de seu PIB a armamentos. Seguem-se a Arábia Saudita, Índia e França. Em sexto lugar está a Rússia, que assim, pela primeira vez desde 2006, deixa de fazer parte dos cinco maiores da lista do Sipri. Uma das razões para a queda de investimentos russos, verificada desde 2016, está nas sanções econômicas do Ocidente devido ao conflito com a Ucrânia que aumentou suas despesas militares em 21% em relação ao ano anterior, gastando 4,8 bilhões de dólares. Em sétimo lugar está o Reino Unido. A Alemanha vem em oitavo lugar. 

A Figura 5 apresenta os maiores gastos militares no mundo por país [9].

Figura 5- Os maiores gastos militares no mundo por país

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Fonte: https://www.brasildefato.com.br/2022/04/25/gasto-militar-mundial-bate-recorde-e-supera-us-2-trilhoes-em-2021-aponta-relatorio

Além de atender aos interesses geopolíticos dos Estados Unidos, os gastos militares se converteram, também, nos meios a que o sistema passou a recorrer tentando impedir a eclosão de crises do sistema capitalista mundial e evitar a perda de lucratividade na economia não bélica. O endividamento público, com relação ao qual os gastos militares aparecem associados, se elevou, tornando os Estados Unidos a economia mais armada, mas também mais endividada do mundo. A economia capitalista norte-americana passou a ser bélico-dependente [4]. Há quem argumente que as despesas militares são positivas porque criam demanda e geram emprego. Esse é o primeiro argumento que costuma ser exibido para explicar o efeito “positivo” da indústria bélica. Outro argumento é o de que as encomendas militares do governo estimulam empregos bem remunerados na indústria bélica e na estrutura estatal de defesa (administração, etc.) que resulta em compras ao setor produtivo da economia.

Pode-se afirmar que, de todos os imperialismos surgidos até hoje ao longo da história, o imperialismo norte-americano foi o que cometeu os maiores crimes contra a Humanidade por ter promovido inúmeras guerras de agressão e ter patrocinado os regimes de terror como as ditaduras militares implantadas através de golpes de estado na América Latina nas décadas de 1960 e 1970, inclusive no Brasil. Com o apoio de governos locais subalternos a seus interesses, o governo dos Estados Unidos e seus aliados patrocinaram todos os possíveis atos de terrorismo de Estado, que inclui prisões e detenções ilegais, torturas, assassinatos, entre outras ações. Milhares de pessoas na Ásia, África e América Latina sofreram com esses atos de terrorismo de Estado. Com 102 guerras em seu “currículo” belicoso, os Estados Unidos são, provavelmente, na história um dos países mais envolvidos em ações militares no mundo que começaram com a anexação de terras do México a seu território.

O nascimento do império unificado global sob a liderança dos Estados Unidos

Um fato novo ocorreu em 1975 quando todos os países imperialistas se unificaram constituindo o império unificado global contemporâneo representado pelo G7 que é o grupo dos países mais industrializados do mundo, composto por Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido com participação, também, da União Europeia. Organizações como FMI, Banco Mundial, OMC (Organização Mundial do Comércio) e OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) atuam articuladamente com os países integrantes do G7 visando a consecução dos objetivos do imperialismo unificado global ou império global. Na guerra da Ucrânia, o imperialismo unificado global ou império global se faz presente com as ações unificadas entre os Estados Unidos e seus aliados da União Europeia para realizarem sanções econômicas contra a Rússia e o fornecimento de armas à Ucrânia.

A unidade de ação dos Estados Unidos e dos países da União Europeia deixa evidenciado que uma nova ordem mundial está em vigor no mundo com o império global exercendo o poder mundial sob a liderança dos Estados Unidos. As contradições interimperialistas responsáveis pela 1ª e 2ª Guerra Mundial desapareceram. Todos os países imperialistas estão unidos ao constituírem o imperialismo unificado ou império global que representa uma ameaça concreta contra a paz mundial e contra a soberania de todos os países do mundo porque se trata de um poder mundial único, sem fronteiras, acima de qualquer potência capitalista. Pelo exposto, pode-se afirmar que a humanidade está ameaçada de destruição pela sanha belicista do império global sob a liderança dos Estados Unidos. É muito grande a chance da eclosão de uma nova guerra mundial.

Como impedir a eclosão da 3ª Guerra Mundial

Para afastar definitivamente novos riscos de eclosão da 3ª Guerra Mundial e que se concretize a paz em nosso planeta, é preciso que todos os povos amantes da paz e países não alinhados aos beligerantes se mobilizem mundialmente para se contraporem à nova ordem mundial imposta pelo  império global unificado se articulando em defesa de um novo sistema internacional que seja capaz de garantir a paz mundial. Deveriam batalhar para que o novo sistema internacional funcione com base em um Contrato Social Planetário democraticamente aprovado por todos os povos do mundo. O Contrato Social Planetário seria a Constituição do planeta Terra que regeria as relações entre os países, entre os seres humanos e entre ambos e a natureza. Para a elaboração do Contrato Social Planetário deveria haver a convocação de uma Assembleia Mundial Constituinte com a participação de representantes de todos os países do mundo eleitos para este fim. O Contrato Social Planetário deveria estabelecer a existência de um Governo democrático mundial, de um Parlamento democrático Mundial e de uma Corte Suprema Internacional. Este seria o caminho que permitiria evitar o império de um só país ou o domínio de um grupo de países sobre os demais e a anarquia de muitos. Esta iniciativa exerceria pressão sobre os governantes dos países beligerantes e sobre seus povos no sentido de aderirem ao novo sistema internacional defensor da paz mundial.

Para assegurar a prática democrática e a governabilidade no planeta Terra, o poder mundial deveria ser exercido pelo Parlamento mundial que, além de eleger o Presidente do Governo mundial, deveria elaborar e aprovar as leis internacionais baseadas no Contrato Social Planetário. O Parlamento mundial deveria ser composto por um número determinado e igual de representantes de cada país eleitos democraticamente para este fim. O Presidente do Governo mundial deveria ser eleito com mais de 50% de votos do Parlamento mundial e só exercerá o comando do governo mundial enquanto contar com o apoio da maioria do parlamento Se, por maioria do parlamento, houver a necessidade de substituição do Presidente do Governo mundial isto deve ser feito. O Governo mundial deve contar com uma estrutura organizacional que seja capaz de lidar com as relações internacionais, a questão militar, a economia global, o meio ambiente global, o combate ao crime organizado, entre outras questões, para dialogar com o Parlamento mundial e os países integrantes do sistema internacional.

Os parlamentares deveriam eleger a mesa diretora do Parlamento mundial que contaria com estrutura organizacional apropriada. A Corte Suprema Internacional deveria ser composta por juristas de alto nivel do mundo escolhido pelo Parlamento mundial que atuariam por tempo determinado os quais deveriam eleger o Presidente da Corte para cumprir um mandato por tempo determinado. A Corte Suprema Internacional deveria julgar os casos que envolvam litigios entre paises, os crimes contra a humanidade e contra a natureza praticados por Estados nacionais e por governantes à luz do Contrato Social Planetário, julgar conflitos que existam entre o governo mundial e o partamento mundial e atuar como guardiã do Contrato Social Planetário. O Governo mundial não terá Forças Armadas próprias devendo contar com o respaldo de Forças Armadas dos países que seriam convocados quando necessário.   

Portanto, com o novo sistema internacional, a ONU poderia ser objeto de reestruturação e ter sua sede transferida dos Estados Unidos para um país amante da paz ou de tradicional neutralidade como a Suíça. Estas são, portanto, as medidas que deveriam ser adotadas a curto prazo para acabar definitivamente com as guerras no mundo.

REFERÊNCIAS

1.    ROSSINI, Maria Clara. Quantas bases militares os Estados Unidos têm fora de seu território? Disponível no website <https://super.abril.com.br/coluna/oraculo/quantas-bases-militares-os-estados-unidos-tem-fora-de-seu-territorio/>.

2.    DW. Gastos militares globais atingem maior nível em 30 anos. Disponível no website <https://www.dw.com/pt-br/gastos-militares-globais-atingem-maior-n%C3%ADvel-em-30-anos/a-48531464>, 2019.

3.    JORNAL PORTUÁRIO. Saiba quais são os 24 exércitos mais poderosos do mundo em 2022. Disponível no website <https://jornalportuario.com.br/interna/economia-mudial/saiba-quais-sao-os-24-exercitos-mais-poderosos-do-mundo-em-2022#:~:text=For%C3%A7as%20da%20frota%20da%20marinha,mais%20investe%20nas%20for%C3%A7as%20armadas>.

4.    DANTAS, Gilson. O setor bélico norte-americano em sua condição de estímulo econômico: algumas notas para um debate contemporâneo. Disponível no website <https://www.unicamp.br/cemarx/ANAIS%20IV%20COLOQUIO/comunica%E7%F5es/GT3/gt3m4c4.pdf&gt;.

5.    NEWS.CGTN.China opposes attempts to build an ‘Asia-Pacific version of NATO’.

Disponível no website <https://news.cgtn.com/news/2022-05-13/China-opposes-attempts-to-build-an-Asia-Pacific-version-of-NATO–1a0v2CxO34Y/index.html>.

6.    PODER 360. Rússia e EUA têm 90% das armas nucleares do mundo. Disponível no website <https://www.poder360.com.br/europa-em-guerra/russia-e-eua-tem-90-das-armas-nucleares-do-mundo/>.

7.    ALCOFORADO, Fernando. A verdadeira causa da guerra na Ucrânia e das guerras atuais no mundo. Disponível no website <https://www.academia.edu/72694282/A_VERDADEIRA_CAUSA_DA_GUERRA_NA_UCRANIA_E_DAS_GUERRAS_ATUAIS_NO_MUNDO>.

8.    MALHEIRO, João. Armas nucleares. Quantas existem e quantos países as têm? Disponível no website <https://rr.sapo.pt/especial/mundo/2022/02/28/armas-nucleares-quantas-existem-e-quantos-paises-as-tem/274403/>, 2022.

9.    MELLO, Michele. Gasto militar mundial bate recorde e supera US$ 2 trilhões em 2021, aponta relatório. Disponível no website <https://www.brasildefato.com.br/2022/04/25/gasto-militar-mundial-bate-recorde-e-supera-us-2-trilhoes-em-2021-aponta-relatorio>.

10. ALMEIDA, Jorge. Bases planetárias dos EUA: O império do terror. Disponível no website <https://www.oladooculto.com/noticias.php?id=250>.

* Fernando Alcoforado, 82, condecorado com a Medalha do Mérito da Engenharia do Sistema CONFEA/CREA, membro da Academia Baiana de Educação, da SBPC- Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência e do IPB- Instituto Politécnico da Bahia, engenheiro e doutor em Planejamento Territorial e Desenvolvimento Regional pela Universidade de Barcelona, professor universitário e consultor nas áreas de planejamento estratégico, planejamento empresarial, planejamento regional e planejamento de sistemas energéticos, foi Assessor do Vice-Presidente de Engenharia e Tecnologia da LIGHT S.A. Electric power distribution company do Rio de Janeiro, Coordenador de Planejamento Estratégico do CEPED- Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Bahia, Subsecretário de Energia do Estado da Bahia, Secretário do Planejamento de Salvador, é autor dos livros Globalização (Editora Nobel, São Paulo, 1997), De Collor a FHC- O Brasil e a Nova (Des)ordem Mundial (Editora Nobel, São Paulo, 1998), Um Projeto para o Brasil (Editora Nobel, São Paulo, 2000), Os condicionantes do desenvolvimento do Estado da Bahia (Tese de doutorado. Universidade de Barcelona,http://www.tesisenred.net/handle/10803/1944, 2003), Globalização e Desenvolvimento (Editora Nobel, São Paulo, 2006), Bahia- Desenvolvimento do Século XVI ao Século XX e Objetivos Estratégicos na Era Contemporânea (EGBA, Salvador, 2008), The Necessary Conditions of the Economic and Social Development- The Case of the State of Bahia (VDM Verlag Dr. Müller Aktiengesellschaft & Co. KG, Saarbrücken, Germany, 2010), Aquecimento Global e Catástrofe Planetária (Viena- Editora e Gráfica, Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo, 2010), Amazônia Sustentável- Para o progresso do Brasil e combate ao aquecimento global (Viena- Editora e Gráfica, Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo, 2011), Os Fatores Condicionantes do Desenvolvimento Econômico e Social (Editora CRV, Curitiba, 2012), Energia no Mundo e no Brasil- Energia e Mudança Climática Catastrófica no Século XXI (Editora CRV, Curitiba, 2015), As Grandes Revoluções Científicas, Econômicas e Sociais que Mudaram o Mundo (Editora CRV, Curitiba, 2016), A Invenção de um novo Brasil (Editora CRV, Curitiba, 2017), Esquerda x Direita e a sua convergência (Associação Baiana de Imprensa, Salvador, 2018, em co-autoria), Como inventar o futuro para mudar o mundo (Editora CRV, Curitiba, 2019) e A humanidade ameaçada e as estratégias para sua sobrevivência (Editora Dialética, São Paulo, 2021). 

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FERNANDO ANTONIO GONÇALVES ALCOFORADO, condecorado com a Medalha do Mérito da Engenharia do Sistema CONFEA/CREA, membro da Academia Baiana de Educação, da SBPC- Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência e do IPB- Instituto Politécnico da Bahia, engenheiro pela Escola Politécnica da UFBA e doutor em Planejamento Territorial e Desenvolvimento Regional pela Universidade de Barcelona, professor universitário (Engenharia, Economia e Administração) e consultor nas áreas de planejamento estratégico, planejamento empresarial, planejamento regional e planejamento de sistemas energéticos, foi Assessor do Vice-Presidente de Engenharia e Tecnologia da LIGHT S.A. Electric power distribution company do Rio de Janeiro, Coordenador de Planejamento Estratégico do CEPED- Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Bahia, Subsecretário de Energia do Estado da Bahia, Secretário do Planejamento de Salvador, é autor dos livros Globalização (Editora Nobel, São Paulo, 1997), De Collor a FHC- O Brasil e a Nova (Des)ordem Mundial (Editora Nobel, São Paulo, 1998), Um Projeto para o Brasil (Editora Nobel, São Paulo, 2000), Os condicionantes do desenvolvimento do Estado da Bahia (Tese de doutorado. Universidade de Barcelona,http://www.tesisenred.net/handle/10803/1944, 2003), Globalização e Desenvolvimento (Editora Nobel, São Paulo, 2006), Bahia- Desenvolvimento do Século XVI ao Século XX e Objetivos Estratégicos na Era Contemporânea (EGBA, Salvador, 2008), The Necessary Conditions of the Economic and Social Development- The Case of the State of Bahia (VDM Verlag Dr. Müller Aktiengesellschaft & Co. KG, Saarbrücken, Germany, 2010), Aquecimento Global e Catástrofe Planetária (Viena- Editora e Gráfica, Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo, 2010), Amazônia Sustentável- Para o progresso do Brasil e combate ao aquecimento global (Viena- Editora e Gráfica, Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo, 2011), Os Fatores Condicionantes do Desenvolvimento Econômico e Social (Editora CRV, Curitiba, 2012), Energia no Mundo e no Brasil- Energia e Mudança Climática Catastrófica no Século XXI (Editora CRV, Curitiba, 2015), As Grandes Revoluções Científicas, Econômicas e Sociais que Mudaram o Mundo (Editora CRV, Curitiba, 2016), A Invenção de um novo Brasil (Editora CRV, Curitiba, 2017), Esquerda x Direita e a sua convergência (Associação Baiana de Imprensa, Salvador, 2018, em co-autoria), Como inventar o futuro para mudar o mundo (Editora CRV, Curitiba, 2019), A humanidade ameaçada e as estratégias para sua sobrevivência (Editora Dialética, São Paulo, 2021), A escalada da ciência e da tecnologia ao longo da história e sua contribuição ao progresso e à sobrevivência da humanidade (Editora CRV, Curitiba, 2022), de capítulo do livro Flood Handbook (CRC Press, Boca Raton, Florida, United States, 2022), How to protect human beings from threats to their existence and avoid the extinction of humanity (Generis Publishing, Europe, Republic of Moldova, Chișinău, 2023) e A revolução da educação necessária ao Brasil na era contemporânea (Editora CRV, Curitiba, 2023).

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