Fernando Alcoforado*
Este artigo tem por objetivo apresentar como evitar a extinção da humanidade de ameaças provocadas pelo planeta Terra e pelos seres humanos no presente e no futuro. As ameaças provocadas pelo planeta Terra e pelos seres humanos são as seguintes: 1) Esfriamento do núcleo do planeta Terra; 2) Erupção de vulcões; 3) Mudança climática global provocada pelos seres humanos; 4) Pandemias provocadas pelos seres humanos; e, 5) Guerras provocadas pelos seres humanos.
1. O esfriamento do núcleo do planeta Terra
Uma das ameaças para a sobrevivência da humanidade diz respeito ao esfriamento do núcleo do planeta Terra que tem permanecido quente por mais de 4,5 bilhões de anos, mas que lenta e inevitavelmente está esfriando. O esfriamento do núcleo da Terra provocará inúmeras consequências, entre elas a perda do campo magnético da Terra que nos protege da radiação solar e cósmica e um grande desequilíbrio na cadeia alimentar do planeta [1]. A Terra é formada por um núcleo interno, um núcleo externo, o manto e a crosta (Figura 1). O núcleo da Terra fica a quase 3 mil km de profundidade da crosta terrestre (a camada mais externa do planeta). As temperaturas do núcleo do planeta Terra podem flutuar entre 4.400° C e 6.000° C, temperaturas similares às do Sol.
Figura 1- Estrutura interna do planeta Terra
Fonte: https://www.todamateria.com.br/litosfera/
O núcleo interno da Terra é uma esfera sólida, composta majoritariamente de ferro. O núcleo externo é formado por um líquido maleável, composto de ferro e níquel. É no núcleo externo que se forma o campo magnético da Terra. A colossal quantidade de energia térmica que emana do interior do planeta Terra coloca em marcha fenômenos como o movimento das placas tectônicas e a atividade vulcânica. Com o esfriamento do núcleo da Terra, as placas tectônicas, que são mantidas em movimento pelo fluxo do manto terrestre, desaceleram mais rápido do que o esperado. Sem a atividade do núcleo, os vulcões não entrariam em erupção. Mas sem o calor do interior da Terra, peixes e plantas que vivem no fundo do mar estariam ameaçados, o que causaria um grande desequilíbrio na cadeia alimentar do planeta. Outro grande problema seria a perda do campo magnético da Terra. Sem ele, o planeta Terra estaria vulnerável à radiação solar e cósmica e a humanidade ficaria ameaçada em sua sobrevivência.
Para salvar a humanidade da ameaça de esfriamento do núcleo da Terra, é bastante importante que haja um constante monitoramento da temperatura do núcleo do planeta Terra para adotar, quando necessário, estratégias de fuga de seres humanos para locais que possam ser habitáveis no sistema solar (Marte, a lua de Saturno, Titan, e a lua de Júpiter, Callisto), antes da perda do campo magnético da Terra e do desequilíbrio na cadeia alimentar do planeta resultantes do esfriamento do núcleo da Terra. Além disso, é preciso que seja montada uma estrutura mundial, uma Organização Mundial de Defesa Contra Catástrofes Naturais de abrangência global, similar à OMS (Organização Mundial de Saúde) que tenha capacidade de coordenar tecnicamente as ações em todo o mundo no enfrentamento do esfriamento do núcleo da Terra.
2. Erupção de vulcões
Os vulcões são aberturas em montanhas e na superfície da Terra que expelem gases, fogo e lava. O planeta Terra possui atualmente muitos vulcões ativos que são fraturas ou aberturas na superfície terrestre por onde são expelidos materiais que têm origem no interior do planeta, como lava, gases e outros materiais chamados de “piroclastos”. Os vulcões surgem quando as chamadas placas tectônicas que fazem parte da crosta terrestre se chocam movimentando o material presente sobre elas e deixando aberturas para camadas mais profundas do planeta. Os vulcões ocorrem geralmente, em locais que possuem intensa movimentação das placas tectônicas. Por essas aberturas pode sair o magma sob a forma de lava presente entre a crosta e o manto, camada média da Terra. A estrutura do vulcão é constituída por uma câmara magmática, uma cratera vulcânica, um cone, uma chaminé e, em alguns casos, há saídas laterais ou periféricas (chaminés secundárias) [2]. No entanto, os vulcões inativos podem voltar a ser ativos como o vulcão japonês Shinmoe, que entrou em erupção após 52 anos adormecido. Outros vulcões inativos ainda podem assustar e até ameaçar a vida na Terra como o “supervulcão” Yellowstone, no Wyoming (Estados Unidos) que pode ser catastrófica, como foram várias vezes no passado. No caso do parque de Yellowstone, que inclui boa parte da área da caldeira do vulcão de mesmo nome, não existe atualmente um edifício vulcânico ativo. O que existe é a atividade magmática e câmaras magmáticas subterrâneas, a quilômetros de profundidade sob o parque, que podem vir a formar novos edifícios vulcânicos de superfície no futuro. O parque é conhecido também por seus gêiseres [3]. O supervulcão de Yellowstone é milhares de vezes mais poderoso do que um vulcão normal. Se entrar em erupção, a nuvem de cinzas cobrirá regiões de vários estados norte-americanos como Wyoming, Montana, Idaho e Colorado, podendo chegar inclusive a cidades como Los Angeles, San Francisco, Portland e Seattle [4].
Nos Estados Unidos, estão ativos cerca de 130 vulcões. O Kilauea, no Havaí, é o mais conhecido – e um dos mais ativos do mundo, desde 1983. Além dele, o Monte Santa Helena, no Estado de Washington, ficou conhecido por uma grande erupção em 1980, que resultou em 57 mortes. Na Indonésia existe cerca de 120 vulcões ativos. Só em Java (Indonésia) vivem 140 milhões de habitantes perto de 30 vulcões e mais de 500 milhões de pessoas vivem perto de vulcões (8% da população mundial). O Chile é um dos países com muitos vulcões ativos no mundo. São cerca de 95 vulcões em atividade. O vulcão chileno Calbuco situado a 1.000 quilômetros ao sul de Santiago, a capital do Chile, voltou a entrar em atividade. Situado a 2.015 metros acima do nível do mar, ele não entrava em erupção desde 1972. É considerado perigoso devido a sua constituição geológica e sua proximidade com áreas urbanas. O Japão tem cerca de 66 vulcões em atividade, entre eles o monte Fuji, que pode entrar em erupção em breve, segundo estudos geológicos. O monte Fuji, no Japão, está inativo há mais de 300 anos. O vulcão pode ameaçar a vida de cerca de oito milhões de pessoas na região de Tóquio. Na Itália, na Sicília, o Etna é o vulcão mais ativo da Europa cuja última erupção ocorreu em novembro 2013. Mais de 600.000 pessoas moram nas encostas e arredores do vulcão Vesúvio que sepultou Pompeia e Herculano no ano 79. Desde então, entrou em erupção em cerca de 30 ocasiões. Na erupção de 1906 cerca de cem pessoas morreram e, na última em 1944, destruiu 88 bombardeiros norte-americanos durante a 2ª Guerra Mundial. A Islândia abriga o vulcão Eyjafjallajökull que fechou o espaço aéreo europeu em 2010 e afetou milhares de voos. Na Rússia, a maioria dos vulcões está concentrada na península de Kamtchatka, na Sibéria, na região mais oriental do país [4].
O mapa abaixo apresenta as zonas sísmicas da Terra que são as regiões do planeta que apresentam os mais fortes terremotos também muito propensas à ocorrência de vulcanismo.
Figura 2- Zonas sísmicas da Terra
Fonte: https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/zonas-sismicas-terra.htm
Os vulcões podem levar à extinção das espécies e da vida no planeta a depender da escala de sua erupção. Conforme a publicação científica Nature Geoscience, pesquisadores canadenses da universidade de Calgary descobriram evidências para explicar como grandes erupções de vulcões, ocorridas há 250 milhões de anos, acabaram com um ciclo de vida na Terra [10]. Os vulcões teriam produzido carvão suficiente para formar nuvens de cinzas na atmosfera, que geraram gases de efeito estufa e dizimaram 95% da vida marinha, além de 70% dos seres vivos terrestres [3]. Um estudo publicado pela renomada revista “Science” traz evidências de que a atividade intensa de vulcões há cerca de 200 milhões de anos levou provavelmente à extinção de cerca de metade das espécies de animais da Terra no período, conhecido como o fim do Triássico que é um período geológico que se estende desde cerca de 252 até 201 milhões de anos atrás [10]. A pesquisa foi realizada por cientistas do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), da Universidade de Columbia, da Universidade Rutgers e da Universidade Stony Brook, todas nos Estados Unidos. A intensa atividade vulcânica liberou quantidades enormes de gases na atmosfera do planeta no período, que alteraram abruptamente as condições climáticas. As novas condições modificaram o habitat das espécies tanto nos oceanos quanto em terra firme, dizem os pesquisadores. Os indícios apontam que as mudanças climáticas ocorreram tão subitamente que os animais não foram capazes de evoluir e se adaptar. Para os cientistas, a extinção ocorrida no fim do Triássico provavelmente abriu caminho para o surgimento dos dinossauros, que dominaram o planeta pelos 135 milhões de anos seguintes, até chegarem à extinção, há aproximadamente 65 milhões de anos [5].
Os cientistas têm usado há bastante tempo dados vindos de satélites, equipamentos de sensibilidade sísmica e outras fontes para detectar erupções de vulcões que estão para acontecer. É possível prever erupções vulcânicas com o monitoramento constante dos vulcões para prevenir desastres de proporções catastróficas com a adoção de planos de evacuação de populações nas áreas abrangidas pelos vulcões. Todas estas medidas devem ser adotadas, sobretudo, nos países onde há mais ocorrência de erupção de vulcões no mundo. Em cada um desses países, é preciso que sejam montadas estruturas voltadas para o monitoramento de erupção de vulcões e sejam elaborados planos de evacuação de populações em locais que possam ser atingidos por esses eventos catastróficos. Além disso, é preciso que seja montada uma estrutura mundial, uma Organização Mundial de Defesa Contra Catástrofes Naturais de abrangência global, similar à OMS (Organização Mundial de Saúde) que tenha capacidade de coordenar tecnicamente as ações dos países no enfrentamento de erupção de vulcões cujas consequências tenham abrangência local, regional e mundial, especialmente de vulcões que podem levar à extinção da vida no planeta como as grandes erupções de vulcões ocorridas há 250 milhões de anos que acabaram com um ciclo de vida na Terra. Esta organização mundial deveria ser vinculada a um governo democrático mundial a ser criado que seja capaz de coordenar todas as ações de todos os governos nacionais na adoção das medidas necessárias à evacuação dos seres humanos para locais seguros e, até mesmo, se necessário, para fora do planeta Terra em locais com chance de serem habitáveis no sistema solar (Marte, a lua de Saturno, Titan, e de Júpiter, Callisto) no caso em que a erupção de vulcões possa levar à ameaça de extinção dos seres humanos como já ocorreu no passado [10].
3. Mudança climática global provocada pelos seres humanos.
O rápido aumento das temperaturas globais que vem se registrando nos últimos 150 anos graças ao aquecimento global pode contribuir para a mudança climática global que será catastrófica se a elevação da temperatura média da Terra ultrapassar 2 ºC acima dos níveis pré-industriais [7]. O aquecimento global impactará enormemente sobre a saúde da população mundial porque provocará aumento de infartos e doenças respiratórias de acordo com estudo realizado por vários pesquisadores que consideram que o aumento na frequência das ondas de calor acarretará em uma duplicação ou até mesmo em uma triplicação até 2050 dos casos de infarto e doenças respiratórias. O aquecimento global faria com que a humanidade se defrontasse com secas em algumas áreas do planeta e chuvas intensas em outras comprometedoras da produção de alimentos, a submersão de ilhas e cidades litorâneas devido ao aumento do nível do mar resultante do degelo dos polos, da Groenlândia e das cordilheiras e a multiplicidade de tufões e furações com inundações devastadoras, entre outros problemas [8]. Através do Acordo de Paris busca-se conter a elevação da temperatura média global bem abaixo dos 2 °C acima dos níveis pré-industriais e fazer esforços para limitar a elevação da temperatura a 1,5 °C acima dos níveis pré-industriais para reduzir os riscos e impactos das mudanças climáticas.
Para evitar a mudança climática catastrófica global, é preciso descarbonizar a economia até 2050 ou cortar pelo menos 70% das emissões globais de gases de efeito estufa até meados do século XXI para que não haja aumento da temperatura média global acima de 2 °C ou 1,5 °C, acabar com as guerras, que, também, são responsáveis em grande parte pelo agravamento ambiental do planeta pelos efeitos devastadores que provocam sobre o meio ambiente e promover profunda transformação da sociedade atual que é responsável pela aquecimento global. A insustentabilidade do modelo atual de desenvolvimento capitalista é evidente, uma vez que tem sido extremamente destrutiva das condições de vida no planeta. Diante disso, é imperativo substituir o atual modelo econômico dominante em todo o mundo por outro que leve em conta o homem integrado ao meio ambiente, com a natureza, ou seja, o modelo de desenvolvimento sustentável que deve garantir que as necessidades das gerações atuais ocorram sem comprometer as necessidades das gerações futuras pondo fim à constante degradação ambiental que ameaça o futuro da humanidade [8].
4. Pandemias provocadas pelos seres humanos
O surgimento de novas pandemias tende a acontecer conforme o desmatamento avança em todo o planeta. Há a perspectiva de que uma eventual próxima pandemia pode ser tão contagiosa e muito mais letal que a de Covid-19, que já tirou a vida de mais de 15 milhões de pessoas no planeta. O surgimento de uma nova enfermidade é chamado pelos cientistas de “doença X” que é um conceito da Organização Mundial da Saúde (OMS) para algo inesperado ou desconhecido que ainda pode aparecer. Estamos agora em um mundo onde novos patógenos surgirão. E é isso que constitui uma gigantesca ameaça para a humanidade. Um novo patógeno seguirá o mesmo padrão de transmissão de outros já encontrados, passando de um animal silvestre para os seres humanos. E, se a destruição da natureza não tiver um fim, é provável que doenças ainda mais mortais e destrutivas atinjam a humanidade no futuro, de forma mais rápida e frequente. O alerta vem dos principais especialistas em biodiversidade do mundo [6].
A destruição da biodiversidade promovida pela humanidade pode criar as condições para o surgimento de novos vírus com poder de transmissão e letalidade inéditos. O ser humano sempre conviveu com patógenos vindos da natureza, alguns benéficos, outros mortais. Alguns poucos foram mortais como a Peste Bubônica e a Gripe Espanhola. Esta situação se repete com a pandemia do novo Coronavirus. Uma pesquisa de 2008 identificou 335 novas doenças que surgiram entre 1960 e 2004 das quais 60% vinham de animais. O homem, invade florestas tropicais e outros ambientes selvagens, que abrigam várias espécies de plantas e animais e dentro dessas criaturas há inúmeros vírus desconhecidos. Ao cortar as árvores, matar os animais ou os enjaulá-los e ao enviá-los para os mercados, o homem destrói ecossistemas e dissemina os vírus de seus hospedeiros naturais. Quando isso acontece, os vírus precisam de um novo hospedeiro que muitas vezes é o próprio homem. Livro de David Quammen, Contágio: Infecções Animais e a Próxima Pandemia, escrito em 2012, que previu a pandemia da Covid-19, informa que as pandemias resultam de infecções de origem animal [9].
Os fatos da realidade demonstram que a saúde do ser humano depende da saúde do planeta [10]. Está bastante claro que a humanidade terá que realizar mudanças profundas em sua relação com a natureza para evitar que aconteçam novas pandemias que ameacem sua própria existência. É preciso que haja a mobilização da sociedade civil em todo o planeta para construir uma nova ordem mundial em que haja a mudança radical do conceito de desenvolvimento como o praticado há séculos. O ser humano precisa passar a viver em harmonia com a natureza sem a qual sua sobrevivência estará ameaçada. É preciso parar imediatamente de degradar e desmatar florestas e fortalecer os sistemas de vigilância em saúde de todos os países e da Organização Mundial da Saúde (OMS), reduzir iniquidades sociais entre nações e no interior delas, remover subsídios que favoreçam o desmatamento e oferecer mais apoio aos povos indígenas, para conterem o desmatamento.
Urge proibir internacionalmente o comércio de espécies de alto risco de transmissão de vírus e erradicar o consumo de carne silvestre no mundo, criar uma biblioteca da genética de vírus, que ajude no mapeamento de locais de onde possam surgir novos patógenos de alto risco, realizar investimentos de US$ 22 bilhões a US$ 31 bilhões por ano por uma década, para monitorar e policiar o comércio de animais selvagens e impedir o desmatamento tropical e em vigilância sanitária e biosegurança na criação de animais de consumo, que são potenciais intermediários de vírus que atingem humanos, principalmente em áreas próximas a florestas para ajudar a prevenir futuras pandemias, bem como manter a população mundial bem informada quanto aos riscos de novas pandemias com dados confiáveis, concebidos pela experiência e pela ciência, que certamente seria de grande valia para gerar orientações imprescindíveis ao seu comportamento social visando sua colaboração no esforço de prevenção de novas pandemias [10].
5. Guerras provocadas pelos seres humanos
O mundo se defronta com a ameaça da proliferação de guerras localizadas e, também, da eclosão de uma nova guerra mundial. O século XX foi palco (até agora) de três grandes guerras (1ª Guerra Mundial de 1914 a 1918, 2ª Guerra Mundial de 1939 a 1945 e a Guerra Fria de 1945 a 1989). Na Primeira Guerra Mundial (1914-1918), morreram cerca de 9 milhões de pessoas. Apenas vinte anos depois, eclodia a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), que matou entre 40 e 52 milhões de pessoas. Desde o final da Segunda Guerra Mundial até o ano de 1992 haviam ocorrido 149 guerras, onde morreram mais de 23 milhões de pessoas. A estimativa abrangendo todas as “megamortes” ocorridas desde 1914 até o momento atual chegou a um total de 187 milhões de mortos. A violência dos conflitos em nossa época não tem paralelo na história. Desde o século XX, as guerras foram “guerras totais” contra combatentes e civis sem discriminação [5].
Recentemente eclodiu a guerra na Ucrânia entre a Rússia e a OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) que pode resultar na 3ª Guerra Mundial e na extinção da humanidade se os beligerantes decidirem utilizar amas nucleares. Além da Ucrânia, vários são os países que podem se constituir em focos de eclosão de guerras no mundo no século XXI destacando-se, entre eles, Estados Unidos, Rússia, China, Síria, Palestina, Israel, Irã, Coreia do Norte, India e Paquistão. Na era contemporânea, o xadrez geopolítico internacional aponta a existência de 3 grandes protagonistas: Estados Unidos, China e Rússia. Na atualidade, além dos Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido e França, são detentores de armas nucleares a India, Coréia do Norte, Paquistão e Israel. Relatórios de especialistas acusam Israel de possuir amplo arsenal nuclear, sendo assim o único com tal armamento no Oriente Médio. Por sua vez, Irã e Síria são acusados de terem programas secretos de armas nucleares [5].
Os fatos da história demonstram a paz mundial só poderá ser alcançada com a constituição de um governo mundial democrático que seja eleito pelo parlamento mundial a ser constituído com a participação dos países de todo o mundo porque nenhuma grande potência por mais poderosa que seja nem as organizações internacionais atuais, como ONU, FMI, Banco Mundial, Organização Mundial do Comércio, entre outras, já demonstraram não terem a capacidade e o poder de promover o progresso nas relações internacionais do planeta. O governo democrático mundial evitaria o império de um só país e a anarquia de todos os países. É chegada a hora da humanidade se dotar o mais urgentemente possível de instrumentos necessários à construção da paz mundial e ao controle de seu destino. É preciso entender que não existirá a paz mundial nem o mercado mundial funcionará adequadamente sem o Estado de Direito Internacional que só pode ser aplicado e respeitado com a presença de um governo mundial que seja aceito por todos os países. Um governo mundial só será sustentável se for verdadeiramente democrático. A nova ordem mundial deve ser edificada não apenas para organizar as relações entre os homens na face da Terra, mas também suas relações com a natureza. É preciso, portanto, que seja elaborado um contrato social planetário que possibilite a conquista da paz mundial, o progresso econômico e social e o uso racional dos recursos da natureza em benefício de toda a humanidade. Um governo democrático mundial não transformaria os governos de cada nação em seus vassalos. Os governos nacionais manteriam suas autonomias sendo governados de acordo com os interesses de seus povos enquanto o governo democrático mundial teria por objetivo a defesa dos interesses gerais do planeta.
6. Conclusões
Para salvar a humanidade da ameaça de esfriamento do núcleo da Terra, é bastante importante que haja um constante monitoramento da temperatura do núcleo do planeta Terra para adotar, quando necessário, estratégias de fuga de seres humanos para locais que sejam habitáveis no sistema solar (Marte, a lua de Saturno, Titan, e a lua de Júpiter, Callisto), antes da perda do campo magnético da Terra e do desequilíbrio na cadeia alimentar do planeta resultantes do esfriamento do núcleo da Terra. Além disso, é preciso que seja montada uma estrutura mundial, uma Organização Mundial de Defesa Contra Catástrofes Naturais de abrangência global, similar à OMS (Organização Mundial de Saúde) que tenha capacidade de coordenar tecnicamente as ações em todo o mundo no enfrentamento do esfriamento do núcleo da Terra.
Para salvar a humanidade da ameaça representada pela erupção de vulcões, deve-se fazer seu monitoramento constante com o uso de satélites, equipamentos de sensibilidade sísmica e outras fontes para detectar erupções de vulcões que estão para acontecer visando prevenir desastres de proporções catastróficas. Estas medidas devem ser adotadas, sobretudo, nos países onde há mais ocorrência de erupção de vulcões no mundo. Em cada um desses países, é preciso que sejam montadas estruturas voltadas para o monitoramento de erupção de vulcões e sejam elaborados planos de evacuação de populações em locais que possam ser atingidos por esses eventos catastróficos. Além disso, é preciso que seja montada uma estrutura mundial, uma Organização Mundial de Defesa Contra Catástrofes Naturais de abrangência global, similar à OMS (Organização Mundial de Saúde) que tenha capacidade de coordenar tecnicamente as ações dos países no enfrentamento de erupção de vulcões cujas consequências tenham abrangência local, regional e mundial, especialmente de vulcões que podem levar à extinção da vida no planeta Terra como as grandes erupções de vulcões ocorridas há 250 milhões de anos que acabaram com um ciclo de vida na Terra. Esta organização mundial deveria ser vinculada a um governo democrático mundial a ser criado que seja capaz de coordenar todas as ações de todos os governos nacionais na adoção das medidas necessárias à evacuação dos seres humanos para locais seguros e, até mesmo, se necessário, para fora do planeta Terra em locais com chance de serem habitáveis no sistema solar (Marte, a lua de Saturno, Titan, e de Júpiter, Callisto) no caso em que a erupção de vulcões possa levar à ameaça de extinção dos seres humanos como já ocorreu no passado.
Para evitar a mudança climática catastrófica global, é preciso descarbonizar a economia até 2050 ou cortar pelo menos 70% das emissões globais de gases de efeito estufa até meados do século XXI para que não haja aumento da temperatura média global acima de 2 °C ou 1,5 °C, acabar com as guerras, que, também, são responsáveis em grande parte pelo agravamento ambiental do planeta pelos efeitos devastadores que provocam sobre o meio ambiente e promover profunda transformação da sociedade atual. A insustentabilidade do modelo atual de desenvolvimento capitalista é evidente, uma vez que tem sido extremamente destrutiva das condições de vida no planeta. Diante disso, é imperativo substituir o atual modelo econômico dominante em todo o mundo por outro que leva em conta o homem integrado ao meio ambiente, com a natureza, ou seja, o modelo de desenvolvimento sustentável que deve garantir que as necessidades das gerações atuais ocorram sem comprometer as necessidades das gerações futuras pondo fim à constante degradação ambiental que ameaça o futuro da humanidade.
Para evitar a ocorrência de novas pandemias no planeta Terra, é preciso que haja a mobilização da sociedade civil em todo o planeta para construir uma nova ordem mundial em que haja a mudança radical do conceito de desenvolvimento como o praticado há séculos. É preciso parar imediatamente de degradar e desmatar florestas e fortalecer os sistemas de vigilância em saúde de todos os países e da Organização Mundial da Saúde (OMS), reduzir iniquidades sociais entre nações e no interior delas, remover subsídios que favoreçam o desmatamento e oferecer mais apoio aos povos indígenas, para conterem o desmatamento. É preciso proibir internacionalmente o comércio de espécies de alto risco de transmissão de vírus e erradicar o consumo de carne silvestre no mundo, criar uma biblioteca da genética de vírus, que ajude no mapeamento de locais de onde possam surgir novos patógenos de alto risco, realizar investimentos de US$ 22 bilhões a US$ 31 bilhões por ano por uma década, para monitorar e policiar o comércio de animais selvagens e impedir o desmatamento tropical e em vigilância sanitária e biosegurança na criação de animais de consumo, que são potenciais intermediários de vírus que atingem humanos, principalmente em áreas próximas a florestas para ajudar a prevenir futuras pandemias, bem como manter a população mundial bem informada quanto aos riscos de novas pandemias com dados confiáveis, concebidos pela experiência e pela ciência.
Para evitar a proliferação de guerras no mundo e a eclosão da 3ª Guerra Mundial, deve-se constituir um governo mundial democrático que seja eleito pelo parlamento mundial a ser constituído com a participação dos países de todo o mundo. O governo democrático mundial evitaria o império de um só país e a anarquia de todos os países. Um governo mundial só será sustentável se for verdadeiramente democrático. A nova ordem mundial deve ser edificada não apenas para organizar as relações entre os homens na face da Terra, mas também suas relações com a natureza. É preciso, portanto, que seja elaborado um contrato social planetário que possibilite a conquista da paz mundial, o progresso econômico e social e o uso racional dos recursos da natureza em benefício de toda a humanidade.
REFERÊNCIAS
1. SERRANO, Carlos. Centro da Terra está esfriando mais rápido: quais podem ser as consequências? Disponível no website <https://www.bbc.com/portuguese/geral-60228443>, 2022.
2. MUNDO EDUCAÇÃO. 10 curiosidades sobre Vulcões. Disponível no website <https://mundoeducacao.uol.com.br/geografia/10-curiosidades-sobre-vulcoes.htm>.
3. PINTO, Angela Joenck. Vulcões ainda são ameaça à vida na Terra. Disponível no website <https://www.terra.com.br/noticias/ciencia/vulcoes-ainda-sao-ameaca-a-vida-na-terra,75385b6db16da310VgnCLD200000bbcceb0aRCRD.html>, 2011.
4. NOVA ESCOLA. 7 países com vulcões em atividade no mundo. Disponível no website <https://novaescola.org.br/conteudo/409/7-paises-com-vulcoes-em-atividade-no-mundo>.
5. ALCOFORADO, Fernando. Como inventar o futuro para mudar o mundo. Curitiba: Editora CRV, 2019.
6. ALCOFORADO, Fernando. Futuras pandemias e degradação ambiental. Disponível no website <https://www.academia.edu/44941968/FUTURAS_PANDEMIAS_E_DEGRADA%C3%87%C3%83O_AMBIENTAL>, 2021.
7. ALCOFORADO, Fernando. Aquecimento Global e Catástrofe Planetária. Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo: Viena- Editora e Gráfica, 2010.
8. ALCOFORADO, Fernando. Global Climate Change and Its Solutions. Disponível no website <https://www.heraldopenaccess.us/openaccess/global-climate-change-and-its-solutions>. Journal of Atmospheric & Earth Sciences, 2018.
9. CLIMAINFO. Mais destruição da natureza, mais pandemias. Disponível no website <https://climainfo.org.br/2020/03/19/mais-destruicao-da-natureza-mais-pandemias/>, 2020.
10. ALCOFORADO, Fernando. A humanidade ameaçada e as estratégias para sua sobrevivência. São Paulo: Editora Dialética, 2021.
* Fernando Alcoforado, 82, condecorado com a Medalha do Mérito da Engenharia do Sistema CONFEA/CREA, membro da Academia Baiana de Educação, da SBPC- Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência e do IPB- Instituto Politécnico da Bahia, engenheiro e doutor em Planejamento Territorial e Desenvolvimento Regional pela Universidade de Barcelona, professor universitário e consultor nas áreas de planejamento estratégico, planejamento empresarial, planejamento regional e planejamento de sistemas energéticos, foi Assessor do Vice-Presidente de Engenharia e Tecnologia da LIGHT S.A. Electric power distribution company do Rio de Janeiro, Coordenador de Planejamento Estratégico do CEPED- Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Bahia, Subsecretário de Energia do Estado da Bahia, Secretário do Planejamento de Salvador, é autor dos livros Globalização (Editora Nobel, São Paulo, 1997), De Collor a FHC- O Brasil e a Nova (Des)ordem Mundial (Editora Nobel, São Paulo, 1998), Um Projeto para o Brasil (Editora Nobel, São Paulo, 2000), Os condicionantes do desenvolvimento do Estado da Bahia (Tese de doutorado. Universidade de Barcelona,http://www.tesisenred.net/handle/10803/1944, 2003), Globalização e Desenvolvimento (Editora Nobel, São Paulo, 2006), Bahia- Desenvolvimento do Século XVI ao Século XX e Objetivos Estratégicos na Era Contemporânea (EGBA, Salvador, 2008), The Necessary Conditions of the Economic and Social Development- The Case of the State of Bahia (VDM Verlag Dr. Müller Aktiengesellschaft & Co. KG, Saarbrücken, Germany, 2010), Aquecimento Global e Catástrofe Planetária (Viena- Editora e Gráfica, Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo, 2010), Amazônia Sustentável- Para o progresso do Brasil e combate ao aquecimento global (Viena- Editora e Gráfica, Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo, 2011), Os Fatores Condicionantes do Desenvolvimento Econômico e Social (Editora CRV, Curitiba, 2012), Energia no Mundo e no Brasil- Energia e Mudança Climática Catastrófica no Século XXI (Editora CRV, Curitiba, 2015), As Grandes Revoluções Científicas, Econômicas e Sociais que Mudaram o Mundo (Editora CRV, Curitiba, 2016), A Invenção de um novo Brasil (Editora CRV, Curitiba, 2017), Esquerda x Direita e a sua convergência (Associação Baiana de Imprensa, Salvador, 2018, em co-autoria), Como inventar o futuro para mudar o mundo (Editora CRV, Curitiba, 2019) e A humanidade ameaçada e as estratégias para sua sobrevivência (Editora Dialética, São Paulo, 2021).