REFLEXÕES SOBRE AS LUZES DO PLANETA TERRA E SEUS SINAIS

Fernando Alcoforado*

As luzes do planeta Terra vistas do espaço por satélites artificiais trazem muita informação sobre progresso, desenvolvimento e atraso econômico a depender de suas intensidades em cada região do globo terrestre. As luzes mais intensas vistas do espaço por satélites artificiais na Europa Ocidental, nos Estados Unidos, no Canadá e no Japão informam que são as regiões mais ricas, de maior progresso e desenvolvimento. Estas são as regiões onde se localizam os países capitalistas centrais de maior desenvolvimento econômico.

As luzes vistas do espaço por satélites artificiais de intensidade intermediária na Europa do leste, na Índia, na China, no México, em Cuba, na Colômbia, na Venezuela, no Chile, no litoral leste do Atlântico Sul da Argentina ao extremo nordeste do Brasil, na região de Pretória na África do Sul, na Coreia do Sul, em Singapura, no litoral leste da Austrália e na Nova Zelândia informam que são regiões de desenvolvimento econômico intermediário onde se localizam os países capitalistas semiperiféricos.  

As regiões desprovidas de luzes vistas do espaço por satélites artificiais são as regiões mais atrasadas do planeta Terra como é o caso da maior parte da América do Sul, da quase totalidade da África, parte da Europa do leste, a maior parte da Ásia e da Austrália informam que são as regiões de baixo desenvolvimento econômico onde se localizam os países capitalistas periféricos.

As luzes vistas do espaço por satélites artificiais são mais intensas nas regiões dos países capitalistas centrais porque acumularam riqueza com a exploração de países periféricos e semi periféricos desde o século XVI e foram pioneiros no desenvolvimento científico e tecnológico a partir do Renascimento e da Revolução Científica na Europa e no processo de industrialização com a realização da 1a., 2a., 3a. e 4a. Revolução Industrial. Tudo isto contribuiu para o aumento exponencial da produção agrícola, industrial, do comércio e dos serviços e para o desenvolvimento de uma gigantesca infraestrutura de energia, de transporte, de comunicações, de habitação e de saneamento básico, além do desenvolvimento dos magníficos sistemas de educação e de saúde.   

As luzes vistas do espaço por satélites artificiais de intensidade intermediária dos países semiperiféricos resultaram de investimentos oriundos dos países capitalistas centrais e de iniciativas de governos desses países na promoção do desenvolvimento tardio. Elas informam que o esforço desenvolvimentista tem sido insuficiente porque estes países são dependentes de capitais externos que neles obtém lucros extremamente elevados e inibem o desenvolvimento das forças produtivas internamente para manterem a dominação pelos países capitalistas centrais. Diferentemente dos países capitalistas centrais, os países semiperiféricos têm deficiências em suas capacidades produtivas, em suas infraestruturas e em seus sistemas de educação e saúde devido à insuficiência de recursos para investimentos e da incapacidade dos governos locais de promoverem o desenvolvimento econômico.  

As luzes vistas do espaço por satélites artificiais de baixa intensidade nas regiões dos países periféricos resultaram do desinteresse de investidores oriundos dos países capitalistas centrais em nelas investirem e da falta de iniciativa e de capacidade dos governos locais de promoverem o desenvolvimento econômico. São pouquíssimas as regiões dos países periféricos onde foram realizados investimentos estrangeiros e onde ocorreram iniciativas de governos locais na promoção do desenvolvimento econômico. Isto explica o baixo desenvolvimento por elas alcançado.

Para fazer com que as luzes mais intensas brilhem também nas regiões periféricas e semi periféricas do planeta, é preciso que os governos dos países delas integrantes se unam no esforço de promoverem uma ruptura com a dependência externa de capitais fazendo um esforço de cooperação entre si visando o desenvolvimento econômico de todos os países periféricos e semiperiféricos e de cada um deles. Esta estratégia de união de países periféricos e semiperiféricos precisa ser realizada porque está demonstrado historicamente que a ação isolada de cada país tem sido insuficiente na promoção de seu desenvolvimento e a dependência externa é restritiva ao progresso desses países.

* Fernando Alcoforado, 82, condecorado com a Medalha do Mérito da Engenharia do Sistema CONFEA/CREA, membro da Academia Baiana de Educação, da SBPC- Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência e do IPB- Instituto Politécnico da Bahia, engenheiro e doutor em Planejamento Territorial e Desenvolvimento Regional pela Universidade de Barcelona, professor universitário e consultor nas áreas de planejamento estratégico, planejamento empresarial, planejamento regional e planejamento de sistemas energéticos, foi Assessor do Vice-Presidente de Engenharia e Tecnologia da LIGHT S.A. Electric power distribution company do Rio de Janeiro, Coordenador de Planejamento Estratégico do CEPED- Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Bahia, Subsecretário de Energia do Estado da Bahia, Secretário do Planejamento de Salvador, é autor dos livros Globalização (Editora Nobel, São Paulo, 1997), De Collor a FHC- O Brasil e a Nova (Des)ordem Mundial (Editora Nobel, São Paulo, 1998), Um Projeto para o Brasil (Editora Nobel, São Paulo, 2000), Os condicionantes do desenvolvimento do Estado da Bahia (Tese de doutorado. Universidade de Barcelona,http://www.tesisenred.net/handle/10803/1944, 2003), Globalização e Desenvolvimento (Editora Nobel, São Paulo, 2006), Bahia- Desenvolvimento do Século XVI ao Século XX e Objetivos Estratégicos na Era Contemporânea (EGBA, Salvador, 2008), The Necessary Conditions of the Economic and Social Development- The Case of the State of Bahia (VDM Verlag Dr. Müller Aktiengesellschaft & Co. KG, Saarbrücken, Germany, 2010), Aquecimento Global e Catástrofe Planetária (Viena- Editora e Gráfica, Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo, 2010), Amazônia Sustentável- Para o progresso do Brasil e combate ao aquecimento global (Viena- Editora e Gráfica, Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo, 2011), Os Fatores Condicionantes do Desenvolvimento Econômico e Social (Editora CRV, Curitiba, 2012), Energia no Mundo e no Brasil- Energia e Mudança Climática Catastrófica no Século XXI (Editora CRV, Curitiba, 2015), As Grandes Revoluções Científicas, Econômicas e Sociais que Mudaram o Mundo (Editora CRV, Curitiba, 2016), A Invenção de um novo Brasil (Editora CRV, Curitiba, 2017),  Esquerda x Direita e a sua convergência (Associação Baiana de Imprensa, Salvador, 2018, em co-autoria), Como inventar o futuro para mudar o mundo (Editora CRV, Curitiba, 2019) e A humanidade ameaçada e as estratégias para sua sobrevivência (Editora Dialética, São Paulo, 2021). 

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Author: falcoforado

FERNANDO ANTONIO GONÇALVES ALCOFORADO, condecorado com a Medalha do Mérito da Engenharia do Sistema CONFEA/CREA, membro da Academia Baiana de Educação, da SBPC- Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência e do IPB- Instituto Politécnico da Bahia, engenheiro pela Escola Politécnica da UFBA e doutor em Planejamento Territorial e Desenvolvimento Regional pela Universidade de Barcelona, professor universitário (Engenharia, Economia e Administração) e consultor nas áreas de planejamento estratégico, planejamento empresarial, planejamento regional e planejamento de sistemas energéticos, foi Assessor do Vice-Presidente de Engenharia e Tecnologia da LIGHT S.A. Electric power distribution company do Rio de Janeiro, Coordenador de Planejamento Estratégico do CEPED- Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Bahia, Subsecretário de Energia do Estado da Bahia, Secretário do Planejamento de Salvador, é autor dos livros Globalização (Editora Nobel, São Paulo, 1997), De Collor a FHC- O Brasil e a Nova (Des)ordem Mundial (Editora Nobel, São Paulo, 1998), Um Projeto para o Brasil (Editora Nobel, São Paulo, 2000), Os condicionantes do desenvolvimento do Estado da Bahia (Tese de doutorado. Universidade de Barcelona,http://www.tesisenred.net/handle/10803/1944, 2003), Globalização e Desenvolvimento (Editora Nobel, São Paulo, 2006), Bahia- Desenvolvimento do Século XVI ao Século XX e Objetivos Estratégicos na Era Contemporânea (EGBA, Salvador, 2008), The Necessary Conditions of the Economic and Social Development- The Case of the State of Bahia (VDM Verlag Dr. Müller Aktiengesellschaft & Co. KG, Saarbrücken, Germany, 2010), Aquecimento Global e Catástrofe Planetária (Viena- Editora e Gráfica, Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo, 2010), Amazônia Sustentável- Para o progresso do Brasil e combate ao aquecimento global (Viena- Editora e Gráfica, Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo, 2011), Os Fatores Condicionantes do Desenvolvimento Econômico e Social (Editora CRV, Curitiba, 2012), Energia no Mundo e no Brasil- Energia e Mudança Climática Catastrófica no Século XXI (Editora CRV, Curitiba, 2015), As Grandes Revoluções Científicas, Econômicas e Sociais que Mudaram o Mundo (Editora CRV, Curitiba, 2016), A Invenção de um novo Brasil (Editora CRV, Curitiba, 2017), Esquerda x Direita e a sua convergência (Associação Baiana de Imprensa, Salvador, 2018, em co-autoria), Como inventar o futuro para mudar o mundo (Editora CRV, Curitiba, 2019), A humanidade ameaçada e as estratégias para sua sobrevivência (Editora Dialética, São Paulo, 2021), A escalada da ciência e da tecnologia ao longo da história e sua contribuição ao progresso e à sobrevivência da humanidade (Editora CRV, Curitiba, 2022), de capítulo do livro Flood Handbook (CRC Press, Boca Raton, Florida, United States, 2022), How to protect human beings from threats to their existence and avoid the extinction of humanity (Generis Publishing, Europe, Republic of Moldova, Chișinău, 2023) e A revolução da educação necessária ao Brasil na era contemporânea (Editora CRV, Curitiba, 2023).

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