Fernando Alcoforado*
Este artigo representa a continuação do artigo cujo título é Como fazer com que as utopias planetárias se realizem visando a construção de um mundo melhor [1]. Este artigo é o terceiro dos 12 artigos que abordarão as 12 utopias planetárias que precisam ser realizadas visando a construção de um mundo melhor e contribuir para a conquista da felicidade dos seres humanos, individual e coletivamente. Este artigo tem por objetivo apresentar como fazer com que a terceira das utopias consideradas, a da prevalência dos valores da civilização na sociedade se torne realidade sobre a barbárie predominante na grande maioria dos países do mundo.
O artigo A difícil caminhada da humanidade rumo à civilização [2] demonstra a necessidade imperiosa de a humanidade evoluir do seu estágio de barbárie desde a Antiguidade até a era contemporânea para o de civilização para colocar um fim à violência entre os seres humanos em todo o mundo que se manifesta na escalada de conflitos sociais no interior das nações e com as guerras intermináveis entre as nações e os povos, na exploração do homem pelo homem da qual resultaram as desigualdades sociais com a escravidão durante o escravismo, a servidão humana no feudalismo e a espoliação da força de trabalho assalariado no capitalismo e, também, a devastação ambiental da qual resultaram as mudanças climáticas e as pandemias que se traduzem em violência contra a existência dos seres humanos. A barbárie produziu e continua produzindo violência sem limites contra a humanidade. Apesar de muitos pensadores atribuírem equivocadamente ao estágio atual da humanidade como o de civilização, a barbárie ainda se faz presente no mundo em que vivemos apesar de alguns avanços civilizacionais alcançados. A civilização só prevalecerá quando uma nova ordem mundial civilizada a ser construída vier a adotar o lema universal de “Liberdade, Igualdade, Fraternidade” como herança do Iluminismo em benefício de toda a humanidade.
Até o presente momento, a humanidade evoluiu da condição de selvageria para a de barbárie ao longo da história da humanidade [2]. A selvageria iniciou-se com o surgimento da espécie humana quando os seres humanos viviam em comunidades primitivas nas árvores e cavernas em meio às grandes feras selvagens. A luta pela sobrevivência no confronto com as feras selvagens contribuía para que houvesse grande solidariedade entre os seres humanos no interior de uma mesma comunidade, não havendo, portanto, violência entre eles. A violência entre os seres humanos pode ter iniciado na disputa entre as comunidades primitivas rivais pelas fontes de alimentos quando escasseavam. O principal progresso desse período foi a formação da linguagem articulada. Como consequência da incerteza quanto às fontes de alimentação, parece ter nascido, nessa época, a antropofagia de inimigos em guerra, que subsistiu por muito tempo. Este foi um período da pré-história em que predominava a apropriação pelos seres humanos de produtos da natureza, prontos para serem utilizados como os frutos, as nozes e as raízes que serviam de alimento. Os seres humanos se alimentavam de animais aquáticos e faziam o uso do fogo para cozinhá-los. Passaram a utilizar instrumentos de pedra sem polimento da primitiva Idade da Pedra. A defesa contra os animais selvagens e sua caça deram origem às primeiras armas – a clava e a lança. A invenção do arco e da flecha possibilitou a caça aos animais como um alimento regular como uma das ocupações normais e costumeiras. O arco e a flecha foram, para a época selvagem, o que a espada de ferro foi para a barbárie na Idade Média e a arma de fogo para a barbárie na era contemporânea.
A barbárie surgiu na Antiguidade com a escravidão, imediatamente após o estágio de selvageria [2]. As guerras entre as comunidades primitivas pelas fontes de alimentos deram origem à escravidão dos povos vencidos que passaram a ser utilizados como força de trabalho pelos povos vencedores. Em seus primórdios, a barbárie teve como característica distintiva a criação de gado e a agricultura quando se incrementa a produção econômica por meio do trabalho escravo. A propriedade privada nasce com a exploração da agricultura e o consequente domínio de um grupo sobre outro no seio da sociedade. A diferença entre ricos e pobres veio somar-se à diferença entre homens livres e escravos e a nova divisão do trabalho acarretou uma nova divisão da sociedade em classes. A diferença de riqueza entre os diversos chefes de família destruiu as antigas comunidades primitivas quando o trabalho comum da terra exercido pelas comunidades primitivas chegou ao fim. A barbárie teve início, portanto, na Antiguidade, que se caracterizou pelo modo de produção escravista, de 4.000 a.C. até 476 d.C quando ocorre a queda do Império Romano do Ocidente, evoluiu durante a Idade Média entre 476 d.C. até 1453 com a queda do Império Romano do Oriente caracterizando-se pelo modo de produção feudal em algumas regiões da Europa, alcançou a Idade Moderna de 1453 até 1789 com a eclosão da Revolução Francesa a partir da qual ocorreram o Renascimento, a Revolução Científica, a Revolução Comercial com os descobrimentos marítimos e o início da Revolução Industrial que se caracterizou pelo vertiginoso crescimento do modo de produção capitalista e, finalmente, evoluiu até a Idade Contemporânea que compreende de 1789 até aos dias atuais se destacando pelo grande avanço da ciência e da tecnologia, de conflitos armados de grandes proporções e o advento da globalização econômica e financeira.
A barbárie da Idade Contemporânea, como a barbárie primitiva, se caracteriza pela violência desenfreada e pelo desprezo pelo ser humano [2]. Nos últimos cinco séculos, a barbárie tem aumentado permanentemente. Ano a ano, década a década, a violência e o desprezo pelo ser humano têm aumentado parecendo não haver um limite para este fenômeno. Algo muitíssimo pior: os homens e as mulheres se acostumaram com a barbárie já não existindo espanto, estranheza, nem horror frente aos atos desumanos. A barbárie é marcada ao longo da história da humanidade pelos conflitos entre impérios, nações e povos, sendo raríssimos os anos nos quais nenhuma guerra aconteceu no planeta. As estatísticas de mortes demonstram o crescimento da barbárie ao longo da história da humanidade. As Guerras Púnicas (264-146 a.C.) causaram a morte de 1 a 2 milhões de pessoas, as Guerras Médicas (499-449 a.C.) causaram mortes cujas estimativas são muito imprecisas, por se tratar de um conflito muito antigo, a Guerra dos Cem Anos (1337-1453) causou a morte de 2 a 3 milhões de pessoas, a Guerra dos Trinta Anos (1618-1648) causou a morte de 5 a 8 milhões de pessoas, as Guerras Napoleônicas (1803-1815) causaram de 3 a 7 milhões de mortos, a Rebelião Taiping (1850-1846) causou a morte de 30 milhões de pessoas, a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) causou a morte de 15 a 20 milhões de pessoas, a Guerra Civil Russa (1918-1921) causou a morte de cerca de 10 milhões de pessoas, a Segunda Guerra Sino-Japonesa (1937-1945) causou a morte de cerca de 20 milhões de pessoas e a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), causou a morte de 60 a 70 milhões de pessoas.
Desde o final da Segunda Guerra Mundial até o ano de 1992 ocorreram 149 guerras, quando morreram mais de 23 milhões de pessoas. A estimativa abrangendo todas as mortes ocorridas desde 1914 até o momento atual chegou a um total de 187 milhões de mortos em atos bélicos ou extermínio sistemático. A violência dos conflitos em nossa época não tem paralelo na história. Desde o século XX, as guerras foram “guerras totais” contra combatentes e civis sem discriminação. As guerras mais recentes aumentam continuamente estas estatísticas de mortes. Vários são os países que podem se constituir em focos de eclosão de guerras no mundo no século XXI destacando-se, entre eles, Estados Unidos, Rússia, China, Síria, Israel, Irã, Coreia do Norte, India, Paquistão e Afeganistão e, mais recentemente, a Ucrânia. Na era contemporânea, o xadrez geopolítico internacional aponta a existência de 3 grandes protagonistas: Estados Unidos, China e Rússia. Na atualidade, além dos Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido e França, são detentores de armas nucleares a India, Coréia do Norte, Paquistão e Israel. Relatórios de especialistas acusam Israel de possuir amplo arsenal nuclear. Por sua vez, Irã e Síria são acusados de terem programas secretos de armas nucleares [2].
A Primeira e a Segunda Guerra Mundial estabeleceram uma nova forma de barbárie eminentemente moderna, bem pior em sua desumanidade assassina do que as práticas guerreiras dos conquistadores “bárbaros” do fim do Império Romano [2]. A Grande Guerra (1914-1918) abre a etapa mais sanguinária da história mundial. 1914 começa com os sacrifícios ilimitados no afã de eliminar o inimigo. Sacrifício este que incorpora a própria população civil. 1914 começa com a era da guerra total, a ausência de distinções entre combatentes e não combatentes. O artigo Barbárie e modernidade no século 20 [3] informa que a barbárie moderna ou “barbárie gerada no seio das sociedades ditas civilizadas” se caracteriza pelo uso de meios técnicos modernos (industrialização do homicídio, extermínio em massa graças às tecnologias científicas de ponta), pela impessoalidade do massacre (populações inteiras – homens e mulheres, crianças e idosos – são “eliminados”, com o menor contato pessoal possível entre quem toma a decisão e as vítimas), pela gestão burocrática, administrativa, eficaz, planificada, “racional” (em termos instrumentais) dos atos bárbaros e pelo uso de ideologia legitimadora do tipo moderno: biológica, higiênica, científica.
No século XX, as crises do capitalismo resultaram sempre em revoluções sociais visando a derrubada do sistema capitalista como ocorreu na Rússia em 1917, na China em 1949 e em Cuba em 1959, entre outras, com a implantação do sistema socialista ou em contrarrevolução com a implantação de ditaduras fascistas como ocorreu na Itália na década de 1920 com Mussolini e nazista como ocorreu na Alemanha com Hitler na década de 1930, entre outras [2]. O genocídio nazista contra os judeus, ciganos e comunistas, o uso da bomba atômica em Hiroshima e Nagasaki, o Goulag stalinista, a guerra do Vietnã, o ataque terrorista ao World Trade Center em New York, as duas guerras do Iraque, a guerra do Afeganistão e a guerra civil da Líbia e da Síria exemplificam de maneira mais acabada a barbárie que caracteriza o mundo em que vivemos. O mundo, como organização social, política e cultural está em desintegração. Os sinais são evidentes em todas as partes do planeta. Um desses sinais é o agravamento da situação econômica e social em todos os países na era contemporânea que tende a tornar incontrolável o crescimento da violência. Nos últimos tempos, a desigualdade na distribuição da renda cresceu nos países capitalistas centrais e periféricos. O que parece ser um fenômeno global é o avanço da pobreza que se refere a um nível de recursos abaixo do qual não é possível atingir o padrão de vida considerado mínimo em uma sociedade e época determinadas e da pobreza extrema ou miséria que é o nível mais baixo de distribuição de renda/bens ou privação. Na atualidade, 33% da população dos países capitalistas periféricos encontra-se em estado de miséria.
O resultado do agravamento das tensões sociais em todo o mundo e da incapacidade financeira dos estados nacionais de atenderem em cada país as demandas sociais, devido à crise fiscal agravada pela crise econômica e financeira mundial, poderá levar à formação de amplos movimentos de massa que poderá tomar a forma de guerra civil ao nível de cada Estado nacional [2]. Isto significa dizer que, em cada país, poderemos nos defrontar com a luta sem quartel de todos contra todos pelo poder, renda e riqueza. A legitimidade das estruturas do Estado nacional e, portanto, de sua habilidade de manter a ordem será colocada em xeque. A violência que já dá sinais evidentes de agravamento na era contemporânea tende a assumir dimensões catastróficas no futuro. É a barbárie elevada ao mais alto grau. O termo barbárie tem dois significados distintos, mas ligados entre si: crueldade de bárbaro e falta de civilização. Pode-se afirmar que estamos na atualidade em um momento de transição em que o mundo em que vivemos caracterizado pela barbárie está tornando um imperativo o advento da civilização com o surgimento de um novo mundo. O novo mundo pode significar uma nova ordem mundial edificada racionalmente pela humanidade para superar a barbárie atual traduzida na violência entre os homens, na catástrofe ambiental e na conflagração global. No momento, prevalece a barbárie em que os supremos interesses da humanidade não são considerados em cada país e no mundo. É preciso fazer com que a nova ordem mundial baseada na cooperação entre as nações e os povos se sobreponha à barbárie reinante.
É preciso que a civilização se sobreponha à barbárie que vem caracterizando a história da humanidade desde a Antiguidade [2]. Neste quadro de perspectivas sombrias, urge atacar o mal da barbárie pela raiz com a construção de uma nova ordem mundial, o socialismo democrático, em substituição à ordem capitalista dominante geradora dos atentados contra a Civilização em todos os quadrantes da Terra que se registram há mais de 500 anos. As forças vivas defensoras da Civilização precisam se aglutinar em todo o planeta para se contraporem às forças da Barbárie. O futuro da humanidade depende do desfecho deste confronto. Para tanto, é preciso que haja uma transição que pode ser a reforma do capitalismo com a construção do Estado de Bem Estar Social como o construído nos países escandinavos que, sendo um híbrido entre o que existe de mais positivo nos sistemas capitalista e socialista, prepararia o terreno para a conquista de elevado nível de civilização com a construção do socialismo democrático em todos os países do mundo. Para galgar a condição de sociedade civilizada, é preciso que haja intervenções econômicas e sociais do Estado para promover justiça social em um sistema capitalista e uma política de Bem-Estar Social no interesse geral da população com intervenções para promover uma distribuição de renda mais igualitária e um compromisso para com a democracia representativa. A Escandinávia é o berço do modelo de sociedade mais igualitário que o capitalismo já conheceu. O sucesso deste modelo se deveu à combinação de um amplo Estado de Bem-Estar com rígidos mecanismos de regulação das forças de mercado, capaz de colocar a economia em uma trajetória dinâmica, ao mesmo tempo em que alcançava os melhores indicadores de bem-estar social entre os países capitalistas.
O modelo escandinavo de desenvolvimento político, econômico e social deveria servir de referencial como modelo de sociedade a ser perseguido por todos os povos do mundo para a conquista da civilização porque os países escandinavos são considerados os mais bem governados do planeta, são os que apresentam o maior progresso político, econômico e social e são os que têm os povos mais felizes do mundo [2]. Só assim, a sociedade poderá alcançar elevado nível de desenvolvimento político, econômico e social e o lema “Liberdade, Igualdade, Fraternidade”, herança do Iluminismo, poderá se tornar realidade no mundo. Este lema invocado durante a Revolução Francesa, que é universal porque traduz os anseios de todos os seres humanos, precisa ser assumido pela humanidade. Para fazer com que a Civilização prevaleça sobre a Barbárie é preciso que as forças vivas defensoras da Civilização se aglutinem em todo o planeta para se contraporem às forças da Barbárie. O futuro da humanidade depende do desfecho deste confronto.
REFERÊNCIAS
1. ALCOFORADO. Fernando. Como fazer com que as utopias planetárias se realizem visando a construção de um mundo melhor. Disponível no website <https://www.academia.edu/104881861/COMO_FAZER_COM_QUE_AS_UTOPIAS_PLANET%C3%81RIAS_SE_REALIZEM_VISANDO_A_CONSTRU%C3%87%C3%83O_DE_UM_MUNDO_MELHOR>.
2. ALCOFORADO. Fernando. A difícil caminhada da humanidade rumo à civilização. Disponível no website <https://www.linkedin.com/pulse/dif%C3%ADcil-caminhada-da-humanidade-rumo-%C3%A0-civiliza%C3%A7%C3%A3o-e-v%C3%ADdeo-fernando/?originalSubdomain=pt>.
3. LOWY, Michael. Barbárie e modernidade no século 20. Publicado no Brasil pelo jornal “Em Tempo”- emtempo@ax.apc.org e, originalmente em francês, na revista “Critique Communiste” nº 157, hiver 2000.
* Fernando Alcoforado, 83, condecorado com a Medalha do Mérito da Engenharia do Sistema CONFEA/CREA, membro da Academia Baiana de Educação, da SBPC- Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência e do IPB- Instituto Politécnico da Bahia, engenheiro e doutor em Planejamento Territorial e Desenvolvimento Regional pela Universidade de Barcelona, professor universitário (Engenharia, Economia e Administração) e consultor nas áreas de planejamento estratégico, planejamento empresarial, planejamento regional e planejamento de sistemas energéticos, foi Assessor do Vice-Presidente de Engenharia e Tecnologia da LIGHT S.A. Electric power distribution company do Rio de Janeiro, Coordenador de Planejamento Estratégico do CEPED- Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Bahia, Subsecretário de Energia do Estado da Bahia, Secretário do Planejamento de Salvador, é autor dos livros Globalização (Editora Nobel, São Paulo, 1997), De Collor a FHC- O Brasil e a Nova (Des)ordem Mundial (Editora Nobel, São Paulo, 1998), Um Projeto para o Brasil (Editora Nobel, São Paulo, 2000), Os condicionantes do desenvolvimento do Estado da Bahia (Tese de doutorado. Universidade de Barcelona,http://www.tesisenred.net/handle/10803/1944, 2003), Globalização e Desenvolvimento (Editora Nobel, São Paulo, 2006), Bahia- Desenvolvimento do Século XVI ao Século XX e Objetivos Estratégicos na Era Contemporânea (EGBA, Salvador, 2008), The Necessary Conditions of the Economic and Social Development- The Case of the State of Bahia (VDM Verlag Dr. Müller Aktiengesellschaft & Co. KG, Saarbrücken, Germany, 2010), Aquecimento Global e Catástrofe Planetária (Viena- Editora e Gráfica, Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo, 2010), Amazônia Sustentável- Para o progresso do Brasil e combate ao aquecimento global (Viena- Editora e Gráfica, Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo, 2011), Os Fatores Condicionantes do Desenvolvimento Econômico e Social (Editora CRV, Curitiba, 2012), Energia no Mundo e no Brasil- Energia e Mudança Climática Catastrófica no Século XXI (Editora CRV, Curitiba, 2015), As Grandes Revoluções Científicas, Econômicas e Sociais que Mudaram o Mundo (Editora CRV, Curitiba, 2016), A Invenção de um novo Brasil (Editora CRV, Curitiba, 2017), Esquerda x Direita e a sua convergência (Associação Baiana de Imprensa, Salvador, 2018, em co-autoria), Como inventar o futuro para mudar o mundo (Editora CRV, Curitiba, 2019), A humanidade ameaçada e as estratégias para sua sobrevivência (Editora Dialética, São Paulo, 2021), A escalada da ciência e da tecnologia ao longo da história e sua contribuição ao progresso e à sobrevivência da humanidade (Editora CRV, Curitiba, 2022), de capítulo do livro Flood Handbook (CRC Press, Boca Raton, Florida, United States, 2022) e How to protect human beings from threats to their existence and avoid the extinction of humanity (Generis Publishing, Europe, Republic of Moldova, Chișinău, 2023).