Fernando Alcoforado*
Este artigo tem o objetivo de apresentar o que precisa ser realizado para contribuir na adoção de soluções científicas e tecnológicas para evitar a extinção da humanidade das ameaças existentes no espaço exterior e que possam atingir o planeta Terra. As ameaças à sobrevivência da humanidade foram analisadas nos livros de nossa autoria “A humanidade ameaçada e as estratégias para sua sobrevivência” tendo como subtítulo “Como salvar a humanidade das ameaças à sua extinção” publicado pela Editora Dialética de São Paulo em 2021 [1] e “How to protect human beings from threats to their existence and avoid the extinction of humanity” publicado pela Generis Publishing da Europa (Chișinău, Republic of Moldova) em 2023 [2].
São inúmeras as ameaças à sobrevivência da humanidade vindas do espaço exterior hoje e no futuro a curto, médio e longo prazo. As ameaças existentes no espaço exterior dizem respeito à: 1) colisão sobre o planeta Terra de asteroides, cometas ou pedaços de cometas; 2) colisão sobre o planeta Terra de planetas do sistema solar; 3) colisão sobre o planeta Terra de planetas órfãos que vagam pelo espaço exterior; 4) emissão de raios cósmicos, especialmente os raios gama emitidos por estrelas supernovas; 5) consequências catastróficas sobre o meio ambiente da Terra resultantes do afastamento contínuo da Lua em relação à Terra; 6) morte do Sol; 7) colisão das galáxias Andrômeda e Via Láctea onde se localiza a Terra; e, 8) fim do Universo. Todos esses eventos catastróficos, que poderão ocorrer a curto, médio e longo prazo, podem contribuir para que a humanidade seja levada à sua extinção como espécie se nada for feito para proteger a humanidade a curto, médio e longo prazo.
A colisão sobre o planeta Terra de asteroides e cometas ou pedaços de cometas
A colisão sobre o planeta Terra de asteroides e cometas ou pedaços de cometas, que ameaçam colidir com a Terra requer a adoção de estratégias para evitar suas colisões com a Terra (Figura 1).
Figura 1- Colisão de asteroides e cometas com o planeta Terra
Para lidar com asteroides que possam colidir com o planeta Terra, a estratégia consiste em desviá-los de seu curso se forem detectados com tempo suficiente para lançar interceptadores. A mesma solução deve ser adotada para cometas cujos pedaços possam atingir o planeta Terra. É bastante importante que haja um constante monitoramento do espaço exterior para identificar não apenas asteroides, mas também, cometas ou pedaços de cometas, que podem colidir com a Terra e sejam desenvolvidos foguetes poderosos capazes de desviá-los de suas rotas. Outra alternativa é destruir asteroides e cometas ameaçadores com o uso de bombas nucleares se eles estiverem a grande distância do planeta Terra [1] [2] [3] [4].
A colisão sobre o planeta Terra de planetas do sistema solar
A colisão sobre o planeta Terra de planetas do sistema solar requer a adoção de estratégias para promover um constante monitoramento do espaço exterior para identificar a ameaça de desestabilização do sistema solar pelo planeta Mercúrio e outros planetas e sejam realizadas pesquisas para identificar possíveis locais fora do sistema solar com possibilidade de serem habitados pelos seres humanos para planejar sua fuga como é o caso para o exoplaneta “Proxima b” que orbita uma estrela integrante do sistema Alpha Centauri, o mais próximo do sistema solar, onde seriam implantadas colônias espaciais que exigiriam grande avanço científico e tecnológico para viabilizá-las [1] [2] [5] [8] (Figura 2).
Figura 2- Colisão de planetas do sistema solar com o planeta Terra
Fonte: https://www.infoescola.com/astronomia/planetas-do-sistema-solar/
A colisão sobre o planeta Terra de planetas órfãos
A colisão sobre o planeta Terra de planetas órfãos que vagam no espaço exterior requer um constante monitoramento do espaço para identificar planetas órfãos que possam colidir com a Terra e determinar a época de sua colisão visando a adoção de medidas que apontem a necessidade de planejar a fuga dos seres humanos para outros locais situados no sistema solar como Marte, Titan (lua de Saturno) e Callisto (lua de Júpiter) com possibilidade de serem habitados por seres humanos com a implantação de colônias espaciais que exigiriam grande avanço científico e tecnológico para viabilizá-las [1] [2] [6] (Figura 3).
Figura 3- Colisão de planetas órfãos com o planeta Terra
Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=92cO0L1rETU
A emissão de raios cósmicos, especialmente os raios gama emitidos por estrelas supernovas
A emissão de raios cósmicos vindos do Sol e do espaço exterior requer a adoção de estratégias que permitam: 1) utilizar o satélite Soho que atua na posição intermediária entre a Terra e o Sol para detectar explosões na superfície solar e enviar mensagens sobre a chegada da tempestade cósmica à Terra para evitar danos sobre as redes das distribuidoras de energia elétrica e as operadoras de satélite possam se proteger, corrigindo cursos de satélites ou desligando seus equipamentos; e, 2) proteger os seres humanos da radiação cósmica em viagens espaciais de longa duração no espaço exterior promovendo avanços científicos e tecnológicos além de aumentar a capacidade biológica dos seres humanos para realizarem viagens espaciais e viverem fora da Terra [1] [2] [7] (Figura 4)
Figura 4- Emissão de raios cósmicos
Fonte: https://www.astropt.org/2015/06/07/a-particula-que-quebrou-um-limite-de-velocidade-cosmica/
A emissão de raios gama emitidos por estrelas supernovas, que têm o poder de aniquilar a vida na Terra, requer a adoção de estratégias que permitam: 1) a colonização de outros mundos no sistema solar, como Marte entre outros, antes da explosão de alguma estrela supernova cujos raios gama possam alcançar o planeta Terra; e, 2) monitorar a explosão de estrelas supernovas permanentemente para avaliar se a Terra poderá ser atingida por raios gama para que, se possível, antes e durante a ocorrência de sua explosão, sejam adotadas as medidas necessárias visando a fuga dos seres humanos para locais com possibilidade de serem habitados no sistema solar como Marte, Titan (lua de Saturno) e Callisto (lua de Júpiter [1] [2] (Figura 5).
Figura 5- Raios gama emitidos por estrelas supernovas
Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=oQ95J9OQVs0
As consequências catastróficas sobre o meio ambiente da Terra resultantes do afastamento contínuo da Lua em relação à Terra
A Terra e a Lua encontram-se unidas por uma forte ligação gravitacional e afetam-se mutuamente (Figura 6).
Figura 6- Sistema Terra-Lua
Fonte: https://moonblink.info/Eclipse/why/solsys
Como a Terra gira em seu eixo mais rápido do que a Lua gira em torno da Terra, a maior força de gravidade do relevo de água na Terra tenta acelerar a rotação da Lua, enquanto a Lua atrai a Terra e retarda a rotação do planeta. Com esse atrito, esse “cabo de guerra” força a Lua a uma órbita mais ampla se afastando da Terra. Foi através de lasers disparados em direção a refletores instalados sobre a superfície da Lua por astronautas da missão Apolo que foi possível medir com precisão em que velocidade exata a Lua se afasta da Terra. Foi confirmado que ela se afasta 3,8 centímetros por ano. Esse processo deve continuar até que a Lua, que hoje está à distância da Terra de 384.400 km, alcance 560 mil quilômetros. Quando isto acontecer, os dias na Terra ficarão progressivamente mais longos. Durante a noite, as temperaturas matariam todo mundo de frio. Ao longo do dia, ninguém suportaria o calor. No litoral, haveria ventos violentíssimos de 200 km/h. Em termos de vida não sobraria quase nada, a não ser bactérias e vermes super-resistentes. Quando isso ocorrer, a rotação da Terra vai se estabilizar, os dias vão ter 1.152 horas e a vida no planeta será inviável. As consequências sobre o meio ambiente da Terra resultantes do afastamento contínuo da Lua em relação à Terra serão, portanto, catastróficas. O contínuo afastamento da Lua em relação à Terra exigirá a adoção de estratégias de fuga dos seres humanos para locais com possibilidade de serem habitados por seres humanos no sistema solar, quando necessário (Marte, Titan – lua de Saturno e Callisto – lua de Júpiter) [1] [2].
A morte do Sol
O Sol surgiu há cerca de 4,6 bilhões de anos, sendo uma das mais de 100 bilhões de estrelas existentes na galáxia Via Láctea orbitando em torno do centro desta galáxia a uma distância de cerca de 24 a 26 mil anos-luz do centro galáctico. No decorrer de sua evolução, o Sol deu origem aos planetas rochosos (Mercúrio, Vênus, Terra e Marte) e aos planetas gasosos (Júpiter, Saturno, Urano e Netuno) [1] [2] (Figura 7).
Figura 7- O Sol e seus planetas
A morte do Sol ocorrerá quando se encontrar numa fase avançada da sua vida. Conforme seu combustível (hidrogênio) seja consumido, a temperatura vai aumentando e o Sol sofre expansão. Enquanto cresce, o Sol perde massa e morre levando ao fim o sistema solar. Nessa fase, o Sol é chamado de gigante vermelha. Cálculos dos astrônomos indicam que, quando o Sol se tornar uma gigante vermelha, o diâmetro do Sol na sua linha do equador vai crescer ao ponto de ultrapassar o planeta Marte, consumindo todos os planetas rochosos: Mercúrio, Vênus, Terra e Marte. E esse será, de fato, o fim do planeta Terra [9]. Após esse estágio, a força gravitacional passa a prevalecer e o Sol começa a encolher. Quando isso acontece, o sistema solar vira um caos e o Sol perde uma tremenda quantidade de massa. A evolução do Sol até a sua morte requer estratégias de fuga dos seres humanos da Terra para locais com possibilidade de serem habitados em outros sistemas estelares antes da morte do Sol, como o exoplaneta “Proxima b” orbitando a estrela mais próxima do Sol integrante do sistema Alpha Centauri que dista 4.2 anos-luz da Terra que corresponde a 39.9 trilhões de quilômetros de distância [1] [2].
A colisão das galáxias Andrômeda e Via Láctea
Cientistas da NASA revelaram que a colisão das galáxias Via Láctea e Andrômeda acontecerá daqui a aproximadamente quatro bilhões de anos [1] [2] (Figura 8). A Via Láctea é uma das galáxias existentes no Universo onde está situado o sistema solar, que reúne um conjunto de planetas como a Terra que gira em torno do Sol (Figura 9). Ambas as galáxias estão se atraindo mutuamente graças à força da gravidade que age entre os corpos. Essa previsão da colisão das galáxias Via Láctea e Andrômeda foi possível graças a medições realizadas pelo telescópio espacial Hubble ao monitorar o movimento de Andrômeda, localizada a 2,5 milhões de anos-luz da Terra. A colisão das galáxias Andrômeda e Via Láctea requer a adoção de estratégias de fuga dos seres humanos para locais com possibilidade de serem habitados em outras galáxias antes da colisão das galáxias Andrômeda e Via Láctea, como a Galáxia Anã do Cão Maior situada a 25.000 anos-luz da Terra, que corresponde a 237.500 trilhões de quilômetros de distância da Terra, que é uma galáxia satélite da Via Láctea situada na constelação do Cão Maior, ou a Grande Nuvem de Magalhães que se situa a 163.000 anos-luz da Terra, que corresponde a 1.548.500 trilhões de quilômetros de distância da Terra [1] [2].
Figura 8- Colisão das galáxias Andrômeda e Via Láctea
Fonte: https://astronomy-universo.blogspot.com/2012/04/as-bizarras-diferencas-entre-via-Láctea.html
Figura 9- O Sistema Solar na Via Láctea
O fim do Universo
O Universo que tem 13,8 bilhões de anos desde o Big Bang poderá chegar ao seu fim considerando três cenários: 1) a morte térmica do Universo; 2) o grande colapso (Big Crunch) do Universo; ou, 3) a grande ruptura (Big Rip) do Universo [1] [2] [11]. A morte térmica do Universo, considerado o cenário mais provável para o fim do Universo, poderá ocorrer entre 1 e 100 trilhão de anos se o Universo continuar expandindo como atualmente. Em uma escala de tempo na ordem de um trilhão de anos, as estrelas existentes se extinguirão, e o Universo ficará escuro se aproximando de um estado altamente entrópico. Em uma escala de tempo muito mais longa, as galáxias entrarão em colapso nos buracos negros que consequentemente irão evaporar. O Universo será levado ao estado de congelamento.
Com o Big Crunch ou Grande Colapso do Universo, cenário que poderia ocorrer daqui a 100 bilhões de anos, o Universo entraria em contração depois da expansão devido à atração gravitacional até entrar em colapso sobre si mesmo que seria análogo a uma inversão do Big Bang. Este cenário pressupõe um Universo oscilatório, como um modelo cíclico que conflita, entretanto, com as observações atuais que sugerem que esse modelo de universo provavelmente não está correto porque a expansão do Universo tende a continuar.
Com o Big Rip ou Grande Ruptura do Universo, que poderia acontecer daqui a 22 bilhões de anos, a taxa de expansão do Universo aumentaria sem limite. Sistemas ligados gravitacionalmente, tais como aglomerados de galáxias, galáxias e, em última instância, o sistema solar seriam despedaçados. A expansão do Universo seria tão rápida que iria superar as forças eletromagnéticas que mantêm moléculas e átomos juntos. Os núcleos atômicos seriam, também, despedaçados e o Universo se expandiria tanto que a força eletromagnética que mantém as coisas juntas cairia fazendo com que tudo se desmorone.
A Figura 10 apresenta o Universo observável da Terra e a Figura 11 apresenta a evolução do Universo de seu nascimento com o Big Bang ao seu fim com o Big Rip. Com o Big Rip, tudo no Universo, até mesmo o espaço tempo, será dilacerado pela expansão do Universo até que as distâncias entre as partículas se tornem infinitas.
Figura 10- Universo observável visto do planeta Terra
Fonte: https://www.facebook.com/decifrandoastronomia/posts/2534658206777733/
Figura 11- Do nascimento ao fim do Universo
Fonte: https://www.bbc.com/portuguese/geral-38058979
Com o fim do Universo, a existência de multiverso ou universos paralelos abre a possibilidade de os seres humanos sobreviverem se dirigindo para outros universos paralelos [10]. Multiverso é um termo usado para descrever o conjunto hipotético de universos possíveis, incluindo o Universo em que vivemos. Juntos, esses universos compreendem tudo o que existe: a totalidade do espaço, do tempo, da matéria, da energia e das leis e constantes físicas que os descrevem. O conceito de Multiverso tem suas raízes em extrapolações, até o momento da moderna Cosmologia e da Física Quântica e engloba também várias ideias oriundas da Teoria da Relatividade de modo a configurar um cenário em que pode ser possível a existência de inúmeros universos onde, em escala global, todas as probabilidades e combinações ocorrem em algum dos universos. A ideia de que vivemos em um multiverso composto por um número infinito de universos paralelos tem sido, por muitos anos, considerada uma possibilidade científica. O desafio consiste em encontrar uma maneira de testar esta teoria [10].
Os universos paralelos seriam, em uma analogia, semelhantes a bolhas flutuando num espaço maior capaz de abrigá-los (Figura 12).
Figura 12- Universos paralelos
Fonte: https://www.epochtimes.com.br/multiplas-dimensoes-supercordas-mundos-paralelos/
Uma das ideias em que Stephen Hawking se aprofundava, por sinal, era o conceito de que existem muitos outros universos além do que vivemos com galáxias, estrelas e planetas completamente desconhecidos [12]. Embora não haja evidência de que realmente esses universos paralelos existam, Hawking vinha trabalhando com Thomas Hertog, para provar que é possível observar o cosmos e encontrar evidências desses misteriosos lugares. Após a morte de Hawking, Hertog permanece pesquisando as questões mais profundas do Universo no Instituto de Física Teórica da Universidade de Leuven, na Bélgica. Segundo Hertog, encontrar evidências do Big Bang traria um subsídio a mais à ideia de que este tipo de evento é responsável por criar outros universos – uma realidade que alteraria momentaneamente a compreensão das pessoas sobre o espaço e sobre elas mesmas. Pesquisas aprofundadas precisam ser realizadas para determinar a existência ou não de multiverso ou universos paralelos para onde a humanidade se dirigiria com o fim do Universo em que vivemos [1] [2].
A realização de pesquisas para elucidar sobre o destino do Universo e sobre a existência de universos paralelos são muito importantes, mas a principal delas diz respeito ao desenvolvimento da teoria final ou teoria de tudo ou teoria do campo unificado porque, com base no seu conhecimento, colaboraria no sentido de a ciência proporcionar as condições para a humanidade fazer frente às ameaças à sua sobrevivência existentes no espaço e, sobretudo, colaborar no sentido de apontar caminhos para a humanidade sobreviver e escapar para universos paralelos. A teoria final ou teoria de tudo, isto é, da teoria do campo unificado procuraria explicar e conectar em uma só estrutura teórica todos os fenômenos físicos juntando a mecânica quântica e a teoria da relatividade geral em um único tratamento teórico e matemático. Completar uma teoria de tudo permitiria verificar, também, as consequências da utilização de tecnologias avançadas em benefício da humanidade. O sucesso na elucidação dessas questões cosmológicas proporcionarão certamente as condições para o avanço científico e tecnológico imprescindível à sobrevivência da humanidade como espécie [13].
Conclusões
Pelo exposto, a única possibilidade de a humanidade evitar sua extinção de todas as ameaças vindas do espaço exterior consiste em os seres humanos se espalharem e colonizarem outros mundos no Universo. A única ameaça que não demanda a fuga de seres humanos para outros mundos no sistema solar ou fora dele é a da colisão sobre o planeta Terra de asteroides e cometas ou pedaços de cometas, As demais ameaças exigirão a fuga dos seres humanos para outros mundos. Para evitar as ameaças de extinção da humanidade, é preciso enfrentar os desafios apresentados no artigo de nossa autoria, Os desafios humanos da conquista do espaço e da colonização de outros mundos [14], os quais estão descritos a seguir:
1- Produção de foguetes que alcancem velocidades próximas à da luz para viajar pelos confins do Universo
2- Produção de tecnologias capazes de proteger os seres humanos em viagens espaciais
3- Identificação de outros mundos similares à Terra capazes de serem habitáveis pelos seres humanos
4- Capacitação do ser humano para sobreviver no espaço e em locais habitáveis fora da Terra
O primeiro grande desafio humano é o da produção de foguetes que sejam capazes de alcançar velocidades próximas à velocidade da luz (300.000 Km/s) haja vista a necessidade de promover viagens intergalácticas dos seres humanos pelos confins do Universo e, até mesmo, para universos paralelos. Esta ação se impõe devido à necessidade de os seres humanos colonizarem outros mundos no sistema solar ou fora dele e, mesmo em universos paralelos. Esta ação se impõe, também, porque os foguetes atuais são bastante limitados na sua velocidade de escapamento. Estão em testes:1) o motor iônico, sistema de propulsão a íons, que poderá alcançar velocidade próxima à da luz; e, 2) a propulsão Bussard para naves espaciais que poderia acelerar até uma velocidade próxima à da velocidade da luz, e seria um tipo de nave bastante eficiente.
O segundo grande desafio humano é o da produção de tecnologias capazes de proteger os seres humanos em viagens espaciais as seguintes como as que a NASA está desenvolvendo para proteger humanos em Marte: 1) Escudo térmico inflável para pousar astronautas em outros planetas; 2) Roupas espaciais de alta tecnologia para astronautas; 3) Casa marciana e laboratório sobre rodas; 4) Energia ininterrupta como fonte de suprimento confiável de energia para explorar Marte; e, 5) Comunicações a laser para enviar mais informações para a Terra.
O terceiro grande desafio humano é o da identificação de outros mundos similares à Terra capazes de serem habitáveis pelos seres humanos projetando e enviando sondas espaciais para realizarem pesquisas nos locais possíveis dentro e fora do sistema solar. Até o momento não há evidências de que haja outro local dentro ou fora do sistema solar propício à vida similar à Terra. Na atualidade, há esforços para colonizar o planeta Marte. No entanto, do que se conhece de Marte, este planeta não apresenta as condições necessárias para os seres humanos nele habitarem porque não possui campo magnético nem atmosfera e biosfera similares aos da Terra, bem como apresenta uma aceleração gravitacional média em cerca de 38% à da Terra prejudicial à vida humana.
O quarto grande desafio humano é o da capacitação dos seres humanos para sobreviverem no espaço e em locais habitáveis fora da Terra. A colonização de Marte e de outros mundos no Universo indica que há extrema necessidade de desenvolvimento de seres humanos mais evoluídos biologicamente com o uso da ciência e da tecnologia para fazer com que desafiem os limites impostos pela natureza e sobrevivam como espécie hoje e no futuro. É preciso fazer com que ocorra a formação de super-homens e super-mulheres que poderá ser alcançada a partir do uso da ciência e da tecnologia (biotecnologia, nanotecnologia e neurotecnologia) para aumentar a capacidade cognitiva e superar as limitações físicas e psicológicas dos seres humanos.
REFERÊNCIAS
1. ALCOFORADO, Fernando. A humanidade ameaçada e as estratégias para sua sobrevivência. São Paulo: Editora Dialética, 2021.
2. ALCOFORADO, Fernando. How to protect human beings from threats to their existence and avoid the extinction of humanity. Chișinău, Republic of Moldova: Generis Publishing, 2023.
3. CNN BRASIL. Missão da Nasa revela detalhes sobre asteroide que pode colidir com a Terra. Disponível no website <https://www.cnnbrasil.com.br/tecnologia/missao-da-nasa-revela-detalhes-sobre-asteroide-que-pode-colidir-com-a-terra/>.
4. TERRA. Maior cometa já descoberto está viajando na direção da Terra. Disponível no website <https://www.terra.com.br/noticias/ciencia/espaco/maior-cometa-ja-descoberto-esta-viajando-na-direcao-da-terra,2adf9abb6db79e27b515d5f1f8407f62m9c2v8mb.html>.
5. ASTRO. IF. UFRGS. O Sistema Solar. Disponível no website <http://astro.if.ufrgs.br/ssolar.htm>.
6. SAIONETI, Leandro e VAIANO, Bruno. O que são planetas órfãos? Disponível no website <https://super.abril.com.br/mundo-estranho/o-que-sao-planetas-orfaos/>.
7. FLÓRIO, Victória. A origem dos raios cósmicos. Disponível no website <https://revistapesquisa.fapesp.br/a-origem-dos-raios-cosmicos/>.
8. NOGUEIRA, Salvador. Terra pode vir a colidir com outro planeta no futuro, alerta simulação. Disponível no website <https://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL1190141-5603,00-TERRA+PODE+VIR+A+COLIDIR+COM+OUTRO+PLANETA+NO+FUTURO+ALERTA+SIMULACAO.html>.
9. WARD, Peter D.; BROWNLEE, Donald (2002). The Life and Death of Planet Earth: How the New Science of Astrobiology Charts the Ultimate Fate of Our World. Nova Iorque: Times Books, Henry Holt and Company.
10. KAKU, Michio (2005). Mundos paralelos. Rio: Editora Rocco Ltda.
11. GUILLEMOT, H.; GREFFOZ, V. (2002). Ce que sera la fin du monde. Science et Vie. N° 1014.
12. EPOCHTIMES. Múltiplas dimensões: entre supercordas e mundos paralelos. Disponível no website <https://www.epochtimes.com.br/multiplas-dimensoes-supercordas-mundos-paralelos/>.
13. WIKIPEDIA. Teoria de tudo. Disponível no website <https://pt.wikipedia.org/wiki/Teoria_de_tudo>.
14. ALCOFORADO, Fernando. Os desafios humanos da conquista do espaço e da colonização de outros mundos. Disponível no webhsite <https://www.linkedin.com/pulse/os-desafios-humanos-da-conquista-do-espa%C3%A7o-e-de-alcoforado/?originalSubdomain=pt>.
* Fernando Alcoforado, 84, condecorado com a Medalha do Mérito da Engenharia do Sistema CONFEA/CREA, membro da Academia Baiana de Educação, da SBPC- Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência e do IPB- Instituto Politécnico da Bahia, engenheiro pela Escola Politécnica da UFBA e doutor em Planejamento Territorial e Desenvolvimento Regional pela Universidade de Barcelona, professor universitário (Engenharia, Economia e Administração) e consultor nas áreas de planejamento estratégico, planejamento empresarial, planejamento regional e planejamento de sistemas energéticos, foi Assessor do Vice-Presidente de Engenharia e Tecnologia da LIGHT S.A. Electric power distribution company do Rio de Janeiro, Coordenador de Planejamento Estratégico do CEPED- Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Bahia, Subsecretário de Energia do Estado da Bahia, Secretário do Planejamento de Salvador, é autor dos livros Globalização (Editora Nobel, São Paulo, 1997), De Collor a FHC- O Brasil e a Nova (Des)ordem Mundial (Editora Nobel, São Paulo, 1998), Um Projeto para o Brasil (Editora Nobel, São Paulo, 2000), Os condicionantes do desenvolvimento do Estado da Bahia (Tese de doutorado. Universidade de Barcelona,http://www.tesisenred.net/handle/10803/1944, 2003), Globalização e Desenvolvimento (Editora Nobel, São Paulo, 2006), Bahia- Desenvolvimento do Século XVI ao Século XX e Objetivos Estratégicos na Era Contemporânea (EGBA, Salvador, 2008), The Necessary Conditions of the Economic and Social Development- The Case of the State of Bahia (VDM Verlag Dr. Müller Aktiengesellschaft & Co. KG, Saarbrücken, Germany, 2010), Aquecimento Global e Catástrofe Planetária (Viena- Editora e Gráfica, Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo, 2010), Amazônia Sustentável- Para o progresso do Brasil e combate ao aquecimento global (Viena- Editora e Gráfica, Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo, 2011), Os Fatores Condicionantes do Desenvolvimento Econômico e Social (Editora CRV, Curitiba, 2012), Energia no Mundo e no Brasil- Energia e Mudança Climática Catastrófica no Século XXI (Editora CRV, Curitiba, 2015), As Grandes Revoluções Científicas, Econômicas e Sociais que Mudaram o Mundo (Editora CRV, Curitiba, 2016), A Invenção de um novo Brasil (Editora CRV, Curitiba, 2017), Esquerda x Direita e a sua convergência (Associação Baiana de Imprensa, Salvador, 2018, em co-autoria), Como inventar o futuro para mudar o mundo (Editora CRV, Curitiba, 2019), A humanidade ameaçada e as estratégias para sua sobrevivência (Editora Dialética, São Paulo, 2021), A escalada da ciência e da tecnologia ao longo da história e sua contribuição ao progresso e à sobrevivência da humanidade (Editora CRV, Curitiba, 2022), de capítulo do livro Flood Handbook (CRC Press, Boca Raton, Florida, United States, 2022), How to protect human beings from threats to their existence and avoid the extinction of humanity (Generis Publishing, Europe, Republic of Moldova, Chișinău, 2023) e A revolução da educação necessária ao Brasil na era contemporânea (Editora CRV, Curitiba, 2023).