Fernando Alcoforado*
Este artigo tem por objetivo apresentar os impactos sobre a economia dos Estados Unidos, sobre a democracia americana, sobre o setores de energia e meio ambiente dos Estados Unidos e, também, na geopolítica mundial com o futuro governo Donald Trump nos Estados Unidos. Depois de derrotar Kamala Harris por uma ampla margem, Donald Trump se tornou o 47º presidente dos Estados Unidos. Trump venceu na maioria dos estados decisivos e, também, venceu no voto popular. Sua vitória foi completa com o Partido Republicano conquistando a maioria no Senado e na Câmara dos Representantes. The Economist afirma no artigo “Welcome to Trump’s world – His sweeping victory will shake up everything” (Bem-vindo ao mundo de Trump – Sua vitória arrebatadora vai abalar tudo), disponível no website <https://www.economist.com/leaders/2024/11/06/welcome-to-trumps-world>, que “haverá tempo para recriminações entre os democratas sobre o que deu errado, mas a resposta inicial é: deu errado em quase tudo. Várias pesquisas apontavam que o país sob o presidente Joe Biden estava indo na direção errada. Os eleitores nunca o perdoaram pela explosão da inflação que começou no verão de 2021. O mais prejudicial de tudo é que os eleitores em todo o país ficaram furiosos com o fracasso dos democratas em impedir que as pessoas cruzassem a fronteira sul ilegalmente. E o partido agravou seus erros ao encobrir a fragilidade desqualificante de Biden até que ela se tornasse inegável. Mas, a essa altura, eles não tiveram tempo de encontrar um talento político capaz de derrotar Trump”.
A vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos produzirá gigantescos impactos econômicos nos Estados Unidos, sobre a democracia americana, sobre os setores de energia e meio ambiente dos Estados Unidos e, também, sobre a geopolítica mundial descritos a seguir:
1. Impactos econômicos nos Estados Unidos
O artigo do The Economist “A second Trump term comes with unacceptable risks” (Um segundo mandato de Trump traz riscos inaceitáveis), disponível no website <https://www.economist.com/leaders/2024/10/31/a-second-trump-term-comes-with-unacceptable-risks>, informa que Trump é a favor de uma tarifa de 20% sobre todas as importações e falou em cobrar mais de 200% ou até 500% sobre carros do México. Ele propõe deportar milhões de imigrantes irregulares, muitos com empregos e filhos americanos. Ele estenderia os cortes de impostos. Essas políticas seriam inflacionárias, potencialmente criando um conflito com o Federal Reserve (Fed). Elas poderiam desencadear uma guerra comercial que acabaria empobrecendo os Estados Unidos. A combinação de inflação, déficits descontrolados e decadência institucional anteciparia o dia em que os estrangeiros se preocupariam em emprestar dinheiro ilimitado ao Tesouro dos Estados Unidos. Trump quer voltar ao século XIX, usando tarifas e isenções fiscais para recompensar seus amigos e punir seus inimigos, bem como para financiar o estado e minimizar os déficits comerciais. Esta política pode destruir as fundações da prosperidade dos Estados Unidos.
O artigo do The Economist “How bad could a second Trump presidency get?” (Quão ruim poderia ser uma segunda presidência de Trump?), disponível no website <https://www.economist.com/briefing/2024/10/31/how-bad-could-a-second-trump-presidency-get>, informa que os planos econômicos de Trump são certamente ousados. Além de atacar a independência do Federal Reserve, Trump propôs um segundo aumento muito maior nas tarifas de importações, cortes generosos de impostos e um choque na oferta de mão de obra com as deportações em massa de imigrantes ilegais. Todas estas medidas gerarão inflação, se não estagflação, que obrigaria o Federal Reserve a aumentar as taxas de juros para combater a inflação. O banco JPMorgan Chase estimou que um aumento de tarifa pela metade do que Trump está defendendo reduziria de um terço a meio ponto percentual do crescimento do PIB dos Estados Unidos em seu primeiro ano e aumentaria a inflação em 1,5-2 pontos percentuais.
No artigo supracitado consta que, se o Federal Reserve apertasse a política monetária para neutralizar as pressões inflacionárias resultantes de tarifas de importações mais altas, uma força de trabalho em declínio em consequência das deportações de emigrantes ou gastos extravagantes, Trump estaria disposto a atacá-lo. A expectativa é que o governo Trump enfraqueça Jerome Powell, o presidente do Federal Reserve, cujo tempo neste cargo (mas não como membro de seu conselho) expira em 2026, nomeando um presidente “sombra” para fazer recomendações menos agressivas sobre taxas de juros. No entanto, um ataque ao Fed quase certamente horrorizaria os mercados. The Economist afirma ser duvidoso se Trump conseguiria colocar todos os seus planos em prática. A promessa de Trump de uma tarifa geral de 20% sobre todas as importações e 60% sobre as importações da China não teria viabilidade. Mas, enquanto os tribunais debaterem essa questão, as empresas sofreriam interrupções ruinosas, presumivelmente pioradas por tarifas retaliatórias impostas por outros países. Há a expectativa de que Trump aumentaria as tarifas gradualmente, como um meio de extrair concessões de parceiros comerciais. Isso pode apenas prolongar a agonia, no entanto, e não reduziria os riscos de uma guerra comercial. Mesmo admitindo que Trump acabaria cedendo e diluindo ou abandonando algumas dessas políticas, ele ainda poderia causar enormes danos no processo.
O artigo do The Economist “How bad could a second Trump presidency get?” (Quão ruim poderia ser uma segunda presidência de Trump?), disponível no website <https://www.economist.com/briefing/2024/10/31/how-bad-could-a-second-trump-presidency-get>, informa que Trump propôs realizar deportação em massa de imigrantes ilegais. Deportações em massa da magnitude que Trump propôs são improváveis de acontecer. O governo federal simplesmente não teria capacidade de deportar milhões de pessoas a menos que o Trump alistasse as forças armadas ou substituísse as autoridades policiais estaduais e locais. Haveria alvoroço público, resistência de estados e cidades liderados pelos democratas e intermináveis desafios legais. Não é possível, mesmo na fantasia de Donald Trump, enviar agentes de porta em porta, para reunir 12 milhões de moradores deste país e deportá-los. Simplesmente não há capacidade de infraestrutura para isso. A escassez de mão de obra em indústrias que dependem de mão de obra imigrante, como na agricultura, na construção e em matadouros, também seria inflacionária.
O artigo do The Economist “Welcome to Trump’s world – His sweeping victory will shake up everything” (Bem-vindo ao mundo de Trump – Sua vitória arrebatadora vai abalar tudo), disponível no website <https://www.economist.com/leaders/2024/11/06/welcome-to-trumps-world>, informa que se Trump destruir a velha ordem, o que tomará seu lugar? Enquanto a velha América defendia o livre comércio, Trump acelerará o retorno ao mercantilismo de pré-guerra. Ele é um firme defensor das tarifas. Déficits comerciais, Trump afirma, são prova de que os estrangeiros estão tomando seu país por tolos e perdedores. Sob sua supervisão, a América provavelmente será perdulária, enquanto ele e seu partido pressionam por cortes de impostos, o que aumentará ainda mais o déficit orçamentário. Trump prometeu uma desregulamentação maciça.
Pelo exposto, as políticas econômicas de Trump agravarão os problemas econômicos e sociais dos Estados Unidos diante da perspectiva de inflação com estagnação econômica e aumento do desemprego, bem como agudizará a guerra comercial com sua política protecionista.
2. Impactos sobre a democracia americana
The Economist afirma no artigo “Welcome to Trump’s world – His sweeping victory will shake up everything” (Bem-vindo ao mundo de Trump – Sua vitória arrebatadora vai abalar tudo), disponível no website <https://www.economist.com/leaders/2024/11/06/welcome-to-trumps-world> que Trump poderá usar ao máximo seu controle do Congresso com a maioria republicana em seu mandato popular. O artigo do The Economist “How bad could a second Trump presidency get?” (Quão ruim poderia ser uma segunda presidência de Trump?), disponível no website <https://www.economist.com/briefing/2024/10/31/how-bad-could-a-second-trump-presidency-get>, informa que talvez o mais sério de tudo seja a ameaça que Trump representa para a democracia americana e o estado de direito. Não há dúvidas sobre seus instintos autocráticos. Para permanecer no poder após sua derrota eleitoral em 2020, Trump tentou subornar autoridades eleitorais e fomentou uma multidão, levando-a finalmente ao ataque ao Capitólio por seus apoiadores em 6 de janeiro de 2021. Trump não se retratou desde então. Ele ainda insiste que a eleição foi roubada; ele chama os condenados por crimes em 6 de janeiro de “prisioneiros políticos” e prometeu perdoá-los. Trump refletiu sobre cancelar as licenças de emissoras que lhe fazem críticas, ele chama seus oponentes políticos de “o inimigo interno” que pode precisar ser enfrentado usando força militar. John Kelly, seu ex-chefe de gabinete, afirmou nos últimos dias que Trump é um “fascista”.
O artigo supracitado deixa evidenciado que a verdadeira questão é se as instituições dos Estados Unidos seriam capazes de restringir a ação antidemocrática de Trump. Os tribunais e a constituição dos Estados Unidos seriam o melhor controle sobre os caprichos autocráticos de Trump. Trump seria capaz de fazer o Congresso adotar mudanças constitucionais, permitindo-lhe um terceiro mandato, por exemplo. Alguns cientistas políticos acham que as instituições americanas absorverão confortavelmente o choque de uma segunda presidência de Trump. Dos 40 governos populistas ao redor do mundo entre 1985 e 2020 identificados por Kurt Weyland da Universidade do Texas, apenas sete se tornaram autoritários. E esses países infelizes tinham instituições fracas e sofreram crises precipitantes. Mesmo que o risco de um colapso catastrófico na democracia americana seja baixo, um segundo mandato de Trump poderia corroer as instituições democráticas. Trump seria um perigo maior para o estado de direito. Ele parece pelo menos retoricamente muito fixado em vingança, após suportar quatro processos criminais separados. Ele será encorajado por seu triunfo eleitoral para atuar sobre as forças que tentaram contê-lo. Trump está quase certo de rejeitar as acusações federais contra si mesmo. Ele também deve perdoar os manifestantes golpistas de 6 de janeiro. Ele prometeu acabar com a independência do Departamento de Justiça. Isso lhe permitiria iniciar investigações contra seus inimigos políticos, o que parece mais provável do que não. Há também o risco de que extremistas violentos, como a milícia Proud Boys, possam se sentir encorajados a perseguir os oponentes políticos de Trump. Trump também deve tentar deixar sua marca na burocracia federal.demitindo muitos servidores públicos de baixo escalão e os principais generais dos Estados Unidos, que ele considera muito “conscientes”.
Pelo exposto, fica bastante evidenciado que Trump representa uma ameaça para a democracia dos Estados Unidos porque, no poder e com o controle do Congresso, ele poderá corroer suas instituições democráticas e o estado de direito.
3. Impactos sobre o setor de energia e meio ambiente dos Estados Unidos
O artigo do Financial Post “What Trump’s Victory Meanings for Energy” (O que a vitória de Trump significa para a energia?), publicado por Jennifer A. Dlouhy e Ari Natter, disponível no website <https://financialpost.com/commodities/energy/from-oil-to-evs-heres-what-a-trump-victory-means-for-energy>, informa que a vitória de Donald Trump promete abalar a política energética e ambiental dos Estados Unidos, com implicações abrangentes para a produção de petróleo, desenvolvimento de energia eólica offshore e vendas de veículos elétricos. As empresas de petróleo e gás natural devem ser as principais beneficiárias. Trump prometeu repetidamente acabar com um conjunto de políticas federais que incentivam as vendas de veículos elétricos, e sua vitória cria uma abertura para mudanças já no primeiro dia. Um alvo principal é uma regulamentação da Agência de Proteção Ambiental que limita a poluição do escapamento de carros e caminhões leves, que tem mandatos tão rigorosos que obriga as montadoras a vender muito mais modelos elétricos e híbridos plug-in ao longo do tempo. Isso sinaliza uma mudança brusca nas políticas do presidente Joe Biden que restringem a extração de combustíveis fósseis em terras e águas públicas. O governo Biden também impôs uma regulamentação que impede a perfuração em mais da metade da Reserva Nacional de Petróleo no Alasca. Trump pode instruir seu Departamento do Interior a revisar essas políticas imediatamente
O artigo supracitado informa que o governo Trump retomará sua análise de solicitações de exportação de gás natural para as principais nações asiáticas e outros países que não são parceiros de livre comércio com os Estados Unidos. A vitória de Trump cria incerteza para bilhões de dólares em créditos fiscais de energia limpa. Sob Trump, espera-se que o Departamento do Tesouro reescreva as regras que regem quais projetos e empresas são elegíveis para créditos para que sejam mais difíceis de obter ou mais benéficos para combustíveis fósseis. Um crédito tributário que recompensa a produção do chamado hidrogênio verde está especialmente maduro para tal mudança, após anos de lobby por empresas de petróleo e outros possíveis desenvolvedores buscando mais flexibilidade em como eles produzem o combustível de queima limpa. A vitória de Trump coloca um banco verde de tecnologia limpa no Departamento de Energia em sério risco. Trump estará sob pressão dupla para acabar com o programa, encerrando uma grande fonte de apoio à comercialização de tecnologia verde, ou mantê-lo funcionando, apenas com uma inclinação decididamente pró-combustíveis fósseis. Trump prometeu repetidamente “encerrar” um conjunto de regras da EPA que sufocam a poluição de usinas de energia e incentivam o fechamento de unidades que geram eletricidade a partir do carvão, argumentando que a crescente demanda por inteligência artificial e manufatura significa que os Estados Unidos precisam construir mais unidades e não fechá-las. Espera-se também que a agência dê uma pausa em seu trabalho de desenvolvimento de novos limites de emissão de gases de efeito estufa para usinas elétricas a gás existentes. Tanto Trump quanto seu partido não estão inclinados a assinar quaisquer iniciativas internacionais significativas no combate às mudanças climáticas.
Pelo exposto, as empresas de petróleo e gás natural devem ser as principais beneficiárias da política energética do governo Trump, as tecnologias de energia limpa deixarão de ser prioridades e tanto Trump quanto seu partido não estarão inclinados a assinar quaisquer iniciativas internacionais significativas no combate às mudanças climáticas globais.
4. Impactos geopolíticos mundiais
O artigo do The Economist “A second Trump term comes with unacceptable risks” (Um segundo mandato de Trump traz riscos inaceitáveis), disponível no website <https://www.economist.com/leaders/2024/10/31/a-second-trump-term-comes-with-unacceptable-risks>, informa que quando Trump assumir o cargo, duas guerras colocarão em risco a segurança dos Estados Unidos. Na Ucrânia, a Rússia tem a vantagem, colocando Vladimir Putin em posição de ameaçar novas agressões na Europa. No Oriente Médio, uma guerra regional se aproximando do Irã pode envolver os Estados Unidos. As promessas superficiais de Trump de trazer paz à Ucrânia em um dia e seu incentivo aberto às ofensivas de Israel não são reconfortantes. Pior ainda é seu desprezo por alianças. Embora essas sejam a maior força geopolítica dos Estados Unidos, Trump as vê como golpes que permitem que países fracos roubem seu poder militar. Arrogância e ameaças podem ajudar Trump, mas também podem destruir a OTAN, aliança militar ocidental. A China estará observando enquanto avalia o quão agressiva será os Estados Unidos contra Taiwan. Os aliados asiáticos podem calcular que não podem mais confiar na garantia nuclear dos Estados Unidos.
The Economist afirma no artigo “Welcome to Trump’s world – His sweeping victory will shake up everything” (Bem-vindo ao mundo de Trump – Sua vitória arrebatadora vai abalar tudo), disponível no website <https://www.economist.com/leaders/2024/11/06/welcome-to-trumps-world>, que Trump pode realmente conseguir fechar um acordo com Vladimir Putin sobre a Ucrânia que não acabe com tanques russos em Kiev. Ele também pode exercer pressão sobre o Irã e impedir que a China use o poder militar para dominar a Ásia. Mas, as dúvidas sobre a confiabilidade de Trump provavelmente incitarão a agressão chinesa e russa. Trump imporá custos aos aliados da América, especialmente na Europa. Se eles temerem que não podem depender de Trump para apoiá-los se forem ameaçados, eles tomarão medidas para se proteger. No mínimo, os aliados dos Estados Unidos precisarão gastar mais em sua própria defesa. Se não conseguirem reunir armas convencionais suficientes para deter o agressor local, mais deles, além da Grã-Bretanha e da França, podem obter armas nucleares. A velha ordem no novo mundo será uma temporada aberta para valentões. Os países serão mais capazes de intimidar seus vizinhos, econômica e militarmente, sem medo das consequências. Suas vítimas, incapazes de recorrer aos Estados Unidos em busca de proteção, estarão mais propensas a se comprometer ou capitular. Iniciativas globais, desde o combate às mudanças climáticas até o controle de armas, acabaram de ficar mais difíceis.
O artigo do The Economist “How bad could a second Trump presidency get?” (Quão ruim poderia ser uma segunda presidência de Trump?), disponível no website <https://www.economist.com/briefing/2024/10/31/how-bad-could-a-second-trump-presidency-get>, informa que a política externa de Trump apresenta riscos alarmantes com a retórica do “America First”. Trump diz que sua presença dominante seria suficiente para resolver a guerra na Ucrânia em 24 horas após sua eleição antes mesmo de ele ser empossado. Parece cada vez mais provável que a Ucrânia tenha que abandonar ou pelo menos arquivar sua ambição de recuperar grande parte do território que a Rússia ocupou. Dada a hostilidade dos republicanos à ajuda militar para a Ucrânia proposta pela administração de Biden, parece improvável que uma Câmara dos Representantes liderada pelos republicanos aprovasse outra grande quantia. Mas um abandono abrupto e aleatório da Ucrânia pelos americanos encorajaria Vladimir Putine e aumentaria o risco que ele representa para seus vizinhos. Trump poderia, de fato, anular a garantia de segurança coletiva no cerne da aliança da OTAN ao se recusar a conter mais agressões russas? Ele se recusaria a enviar forças americanas para ajudar Taiwan no caso de um bloqueio ou invasão chinesa? Israel teria total liberdade para fazer o que quisesse no Oriente Médio, incluindo atacar instalações iranianas de produção de petróleo e armas nucleares? Tudo isso é possível. O Trump tem uma profunda aversão à guerra, mas também um forte desejo de evitar parecer fraco. A doutrina dos Estados Unidos é a conquista da paz pela força. Mas o mais importante são as possibilidades que não podem ser descartadas: de uma capitulação forçada da Ucrânia, do colapso da OTAN, de uma guerra em expansão no Oriente Médio e assim por diante.
Pelo exposto, Trump vai buscar um acordo com Putin diante da impossibilidade de uma solução militar favorável aos Estados Unidos no conflito na Ucrânia, reduzir drasticamente os gastos com a OTAN na Europa para se concentrar na defesa de Israel contra o Irã e, sobretudo, combater a China nos planos econômico e militar.
5. Conclusões
Em síntese, os impactos sobre a economia dos Estados Unidos, sobre a democracia americana, sobre os setores de energia e meio ambiente dos Estados Unidos e sobre a geopolítica mundial são os seguintes:
· As políticas econômicas de Trump agravarão os problemas econômicos e sociais dos Estados Unidos diante da perspectiva de inflação com estagnação econômica e aumento do desemprego, bem como agudizará a guerra comercial com sua política protecionista.
· Fica bastante evidenciado que Trump representa uma ameaça para a democracia dos Estados Unidos porque, no poder e com o controle do Congresso, ele poderá corroer suas instituições democráticas e o estado de direito.
· As empresas de petróleo e gás natural devem ser as principais beneficiárias da política energética do governo Trump, as tecnologias de energia limpa deixarão de ser prioridades e tanto Trump quanto seu partido não estarão inclinados a assinar quaisquer iniciativas internacionais significativas no combate às mudanças climáticas globais.
· Trump vai buscar um acordo com Putin diante da impossibilidade de uma solução militar favorável aos Estados Unidos no conflito na Ucrânia, reduzir drasticamente os gastos com a OTAN na Europa para se concentrar na defesa de Israel contra o Irã e, sobretudo, combater a China nos planos econômico e militar.
* Fernando Alcoforado, 84, condecorado com a Medalha do Mérito da Engenharia do Sistema CONFEA/CREA, membro da SBPC- Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, do IPB- Instituto Politécnico da Bahia e da Academia Baiana de Educação, engenheiro pela Escola Politécnica da UFBA e doutor em Planejamento Territorial e Desenvolvimento Regional pela Universidade de Barcelona, professor universitário (Engenharia, Economia e Administração) e consultor nas áreas de planejamento estratégico, planejamento empresarial, planejamento regional e planejamento de sistemas energéticos, foi Assessor do Vice-Presidente de Engenharia e Tecnologia da LIGHT S.A. Electric power distribution company do Rio de Janeiro, Coordenador de Planejamento Estratégico do CEPED- Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Bahia, Subsecretário de Energia do Estado da Bahia, Secretário do Planejamento de Salvador, é autor dos livros Globalização (Editora Nobel, São Paulo, 1997), De Collor a FHC- O Brasil e a Nova (Des)ordem Mundial (Editora Nobel, São Paulo, 1998), Um Projeto para o Brasil (Editora Nobel, São Paulo, 2000), Os condicionantes do desenvolvimento do Estado da Bahia (Tese de doutorado. Universidade de Barcelona,http://www.tesisenred.net/handle/10803/1944, 2003), Globalização e Desenvolvimento (Editora Nobel, São Paulo, 2006), Bahia- Desenvolvimento do Século XVI ao Século XX e Objetivos Estratégicos na Era Contemporânea (EGBA, Salvador, 2008), The Necessary Conditions of the Economic and Social Development- The Case of the State of Bahia (VDM Verlag Dr. Müller Aktiengesellschaft & Co. KG, Saarbrücken, Germany, 2010), Aquecimento Global e Catástrofe Planetária (Viena- Editora e Gráfica, Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo, 2010), Amazônia Sustentável- Para o progresso do Brasil e combate ao aquecimento global (Viena- Editora e Gráfica, Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo, 2011), Os Fatores Condicionantes do Desenvolvimento Econômico e Social (Editora CRV, Curitiba, 2012), Energia no Mundo e no Brasil- Energia e Mudança Climática Catastrófica no Século XXI (Editora CRV, Curitiba, 2015), As Grandes Revoluções Científicas, Econômicas e Sociais que Mudaram o Mundo (Editora CRV, Curitiba, 2016), A Invenção de um novo Brasil (Editora CRV, Curitiba, 2017), Esquerda x Direita e a sua convergência (Associação Baiana de Imprensa, Salvador, 2018, em co-autoria), Como inventar o futuro para mudar o mundo (Editora CRV, Curitiba, 2019), A humanidade ameaçada e as estratégias para sua sobrevivência (Editora Dialética, São Paulo, 2021), A escalada da ciência e da tecnologia ao longo da história e sua contribuição ao progresso e à sobrevivência da humanidade (Editora CRV, Curitiba, 2022), de capítulo do livro Flood Handbook (CRC Press, Boca Raton, Florida, United States, 2022), How to protect human beings from threats to their existence and avoid the extinction of humanity (Generis Publishing, Europe, Republic of Moldova, Chișinău, 2023), A revolução da educação necessária ao Brasil na era contemporânea (Editora CRV, Curitiba, 2023), Como construir um mundo de paz, progresso e felicidade para toda a humanidade (Editora CRV, Curitiba, 2024) e How to build a world of peace, progress and happiness for all humanity (Editora CRV, Curitiba, 2024).