Fernando Alcoforado*
Este artigo tem por objetivo apresentar as inovações que ocorreram em educação ao longo da história da humanidade. A palavra inovação significa em síntese novidade. A palavra inovação se refere a uma idéia, método ou objeto que é criado e que pouco se parece com padrões anteriores. Inovação pode ser também definida como fazer mais com menos recursos, por permitir ganhos de eficiência em processos, quer produtivos quer administrativos ou financeiros, quer na prestação de serviços. A inovação tanto pode ocorrer por meio de uma ação perfeitamente planejada quanto por simples acaso. No entanto, empiricamente verifica-se que poucas inovações surgem do acaso. A maior parte das inovações em educação, em especial as mais bem-sucedidas, resultaram de uma busca consciente e intencional de oportunidades para inovar. As inovações em educação podem ser classificadas em dois grandes grupos: a) Inovação Radical ou de Ruptura que se caracteriza pela incessante busca de algo novo que leva a ruptura e quebra de paradigmas anteriores; e, b) Inovação Incremental ou Inovação por Processo de Melhoria Contínua que se caracteriza por uma busca de aperfeiçoamento constante e gradual.
1. A inovação da educação na Antiguidade (Do Século VIII a.C. ao Século V d.C.) [1]
Na Antiguidade, o povo da Fenícia que, ocupava a região dos atuais Líbano, Palestina, Síria e Israel inovou ao simplificar a técnica da escrita até chegarem, finalmente, a um sistema puramente alfabético. Na Grécia Antiga, a escrita não era utilizada como meio de aprendizagem. Quando surgiu, a escrita era reservada para outros fins como o registro de acontecimentos importantes e épicos, como as guerras. Apesar de ser uma sociedade escravista, foi na Grécia Antiga que surgiu a ideia inovadora de uma escola de Estado proposta no fim do século IV a.C. pelo filósofo Aristóteles porque ele entendia que só com uma educação igual para todos os cidadãos a cargo do Estado e pública seria capaz de atingir seu objetivo de promover o bem comum. Aristóteles defendia que a educação deveria ser pública e não privada. O império romano foi o primeiro a promover a inovação de um sistema de ensino oficial, a partir de um organismo centralizado e sob responsabilidade do Estado. A educação no império romano era também dividida em níveis, iniciando no ensino primário e chegando ao ensino superior. Os mais pobres, quando instruídos, concluíam usualmente apenas o ensino primário, que instrumentalizava os jovens para a escrita e cálculos básicos. Já os jovens abastados tinham amplo acesso à educação.
2. A inovação da educação na Idade Média (Do Século V ao Século XV) [1]
O mosteiro foi o primeiro espaço de organização e preservação dos saberes na Idade Média. A concepção de um local especialmente destinado à sistematização do ensino e do conhecimento foi uma inovação na educação que nasceu da ideia cristã de evangelização presente no mosteiro e nas escolas cristãs dessa época. A palavra escolare deu origem não só à palavra escola, mas ao conceito filosófico que norteou o ensino ao longo do medievo que deriva dessa sistematização do conhecimento. Em razão disso recebeu o nome de Escolástica. A Idade Média é tida como idade das “trevas”. Apesar disto, foi neste período que ocorreu outra grande inovação na educação com o nascimento da Universidade no ano 1000, na Europa. As universidades surgiram quando houve o encontro entre as duas partes interessadas no conhecimento, uma corporação de estudantes e mestres funcionando no interior das catedrais. Sobre o ensino superior, os registros históricos mais antigos relatam sua existência na Itália, em Bolonha para ser mais exata, em meados de 1088. Já no século XII, foi fundada na França a Universidade de Paris. Ambas instituições, totalmente desvinculadas da Igreja Católica e do Estado, eram responsáveis pelo ensino de medicina, astronomia, matemática, leis, e serviram como referência para o desenvolvimento do ensino superior em todo o mundo.
No período medieval, grande parte da população da época ainda não possuía habilidades educacionais básicas como ler, escrever e fazer contas matemáticas, até que o comércio começou a crescer, e essas habilidades passaram a ser uma necessidade dos comerciantes, forçando a burguesia a investir em uma escola, uma instituição própria para ensinos práticos que os ajudassem a crescer ainda mais financeiramente, tocando seus negócios com maior sabedoria. Em outras palavras, o desenvolvimento da escola como instituição de ensino foi uma inovação na educação que está intimamente ligada à burguesia e ao capitalismo. Além da universidade, outra modalidade de ensino surgiu como inovação na Idade Média a partir dos anos 1000: as corporações de ofício. As corporações de ofício estão relacionadas com os novos modos de produção em que a relação entre ciência e operação manual é mais desenvolvida e a especialização é mais avançada. Ela se distingue da formação escolar pelo fato de se realizar no local de trabalho no qual adolescentes aprendizes recebiam orientação de mestres sapateiros, joalheiros, padeiros, etc. a quem ficavam sob sua tutela.
As inovações na educação surgidas na Idade Média refletem uma escola de uma sociedade mercantil que começa a ficar totalmente livre da Igreja e do Império, vende a sua ciência, renova-a e revoluciona os métodos de ensino. Nesta mesma época surge um movimento filosófico inovador, o Humanismo, que ganhou força no século XV e impulsionou o Renascimento, movimento cultural, econômico e político, surgido na Itália no século XIV e se estendeu até o século XVII, e posteriormente, a Reforma Protestante. Tudo isto contribuiu para o surgimento do Iluminismo no século XVI, movimento intelectual, científico e filosófico. O Humanismo tinha aversão pela cultura medieval e pela sua forma de transmissão, a escola, sob a égide da Igreja Católica. Em sua crítica à escola medieval, havia a pedagogia contrária aos castigos físicos então imperantes e de educar as crianças considerando sua tenra idade e de educá-la de acordo com a sua própria índole.
No século XVI, surgiram duas propostas de educação: a da Reforma Protestante e a da Contrarreforma comandada pela Igreja Católica. Estas foram as principais concepções de educação que vigoraram a partir do século XVI e séculos seguintes. A Reforma Protestante surgiu com o luteranismo que foi o movimento religioso que mais exerceu influência sobre a escola no início do século XVI. Lutero, que era monge da Igreja Católica, rompeu com o catolicismo e criou na Alemanha sua própria igreja. A expansão da escola começou na Europa com as reformas religiosas, especialmente a luterana, que trouxe como inovação na educação a exigência da presença de meninos e meninas nos bancos escolares sem distinção de classe. Por sua vez, a Contrarreforma foi uma iniciativa da Igreja Católica com o propósito de manter seus dogmas de forma intransigente questionados pelos defensores da Reforma Protestante e sua prerrogativa sobre a educação. Como resposta à reforma luterana, a Igreja Católica instituiu os seminários destinados a educar religiosamente e a instruir nas disciplinas eclesiásticas os novos sacerdotes e programa de estudos de jovens. Os jesuítas se notabilizaram no combate ao protestantismo.
3. A inovação na educação na Idade Moderna (Do Século XV ao Século XVIII) [1]
Nos século XVI e XVII, a educação ganhou impulso adquirindo nova feição com a inovação das classes escolares divididas por idades e a proposta de meninos e meninas frequentarem a escola que foram conquistas dessa época. No século XVI, começou o início do fim da hegemonia da Igreja Católica na educação uma vez que ela deixou de ser ministrada apenas nos mosteiros e nas catedrais. Nesta época, as igrejas criadas pelas reformas religiosas, especialmente a reforma luterana, desempenharam papel fundamental na educação com sua ênfase de as famílias enviarem seus filhos à escola. No século XVII, aconteceu outra inovação na educação com a renovação pedagógica proposta por Jan Comenius de “ensinar tudo a todos” baseada no empirismo (observação direta das coisas). Comenius propôs uma escola para a vida toda que, dividida em graus, ensinasse tudo a todos totalmente. Comenius é fundador da didática e, em parte, da pedagogia moderna. Ele figura como um dos maiores nomes da educação e da pedagogia ocidental. Ele é o precursor do método objetivo, dos materiais didáticos os mais aperfeiçoados possíveis e das experiências executadas diretamente pelo professor. Foi no século XVII que começou a renovação pedagógica. A pedagogia dos países que aderiram à reforma seguem a inspiração das novas igrejas protestantes e, de outro, a pedagogia dos países católicos é a jesuítica até o século XVIII.
4. A inovação da educação no Século XVIII (1701 a 1800) [2]
O século XVIII foi um momento marcante na história da humanidade porque foi nesta época que surgiu o Iluminismo na Europa e ocorreu a Revolução Industrial na Inglaterra que transformou a sociedade mundial ao alavancar o desenvolvimento do capitalismo em todo o planeta. Foi, também, nesta época que ocorreu a Independência dos Estados Unidos e a Revolução Francesa movidas pelo ideal do Iluminismo. Como não poderia deixar de acontecer todos estes acontecimentos contribuíram para que ocorressem avanços no campo da educação. O século XVIII foi marcado por inúmeras transformações que tiveram grande influência das ideias iluministas. A educação como um direito de todos, a obrigação do Estado de manter escolas, o direito à educação pública e gratuita, a garantia de que a escola pública não esteja sob o domínio de nenhum credo religioso (laicidade) foram bandeiras defendidas pela burguesia revolucionária, mas que não foram totalmente colocadas em prática depois que se tornou classe dominante.
Nos séculos que antecederam a Revolução Industrial na Inglaterra em 1786, à medida que a Europa apresentou seus primeiros avanços tanto na tecnologia quanto no comércio, a importância da educação começou a aumentar. A partir deste momento, pela primeira vez na história, houve a inovação na educação com a formação de recursos humanos voltados para atender as necessidades da industrialização por uma força de trabalho munida de alfabetização, letramento matemático e habilidades mecânicas. Os trabalhadores desenvolviam habilidades sobretudo por meio do treinamento no local de trabalho. A industrialização (1ª Revolução Industrial em 1786 e a 2ª Revolução Industrial em 1850) desencadeou uma revolução na educação em massa em vários países da Europa e Estados Unidos. O desenvolvimento de certas habilidades era necessário para a criação de uma sociedade industrial. Os países industrializados em todo o mundo apoiaram a oferta da educação pública.
A 1ª Revolução Industrial e o nascimento das fábricas gerou espaço para o surgimento da moderna instituição escolar pública. A fábrica e a escola nascem juntas, as leis que criam as escolas de Estado vêm juntas com as leis que suprimem a aprendizagem corporativa. Começou a declinar a influência católica na educação, cujo declínio cresceu no século XIX, com a supressão da ordem dos jesuítas. No século XVIII, o processo de laicização da educação foi avançando com a subtração da influência religiosa. A partir do século XVIII, foi considerada uma exigência um trabalhador ser no mínimo alfabetizado e capaz de operar as máquinas que eram o símbolo da revolução industrial e foi reconhecido o direito à educação para as mulheres e o povo em geral, uma educação que os libertassem das condições de atraso e marginalidade psicológica e cognitiva e os colocassem como elementos produtivos no âmbito da sociedade.
Jean- Jacques Rousseau é considerado o pai da pedagogia moderna por representar seu pensamento o mais avançado porque procurou apontar para o homem como alcançar a felicidade, tanto no que se refere ao indivíduo quanto no que se relaciona à sociedade. Ao formular sua pedagogia traçou as linhas com o objetivo de fazer da criança um adulto bom baseado na sua crença na bondade natural do homem. Os objetivos da educação para Rousseau comportam dois aspectos: o desenvolvimento das potencialidades naturais da criança e seu afastamento dos males sociais. A Revolução Francesa de 1789 inovou no campo do ensino ao promover a intervenção do Estado na educação tradicionalmente entregue à Igreja Católica com a adoção de uma política que mira uma escola que desenvolva as capacidades do aluno, que estabeleça uma verdadeira igualdade entre os cidadãos, que realize uma completa liberdade de ensino e que valorize a cultura científica. Foram fixados cinco graus de escolas: primárias, secundárias, institutos, liceus e universidades (sociedade nacional para as ciências e as artes).
Depois que Napoleão Bonaparte assumiu o poder na França, impôs os interesses franceses na Europa difundindo, também, as orientações laicas, estatais e civis na reorganização dos sistemas de educação. Apesar da força revolucionária que emanava da França, propostas inovadoras de intervenção estatal no campo da educação já vinham ocorrendo antes de 1789 em vários países. Foi em 1717, na Prússia, que a educação pública foi instituída como escola obrigatória para crianças entre 5 e 12 anos, pelo rei Frederico Guilherme. Posteriormente, surgiram leis que impediam a contratação para o trabalho de qualquer criança que não concluísse esse estudo obrigatório. Essa educação obrigatória era de profundo interesse do Estado para a formação de soldados e operários, mas revolucionou a sociedade em vários aspectos. Foi o rei Frederico Guilherme quem inaugurou o sistema de educação compulsória prussiano, o primeiro sistema nacional na Europa. Em 1717, ele ordenou a frequência obrigatória para todas as crianças nas escolas estatais e, em atos posteriores, seguiu com a disposição para a construção de mais escolas.
Na Inglaterra, surgiu no final do século XVIII, o ensino mútuo, iniciativa educacional inovadora promovida por particulares no qual adolescentes instruídos diretamente pelo mestre atuavam como auxiliares ou monitores ensinando outros adolescentes. Na Inglaterra, pioneira da revolução industrial, havia uma tendência de a educação ser ministrada pela iniciativa privada pelo método de ensino mútuo diferentemente da Alemanha e da França onde prevalecia a iniciativa estatal.
5. A inovação da educação no Século XIX (1801 a 1900) [2]
No século XIX, surgiram inovações no campo da pedagogia com as pedagogias de Pestalozzi, bem como, as pedagogias positivista e socialista. A pedagogia de Pestalozzi retoma a pedagogia de Rousseau que considerava que o homem é bom e precisa ser assistido em seu desenvolvimento, considera que deve ser desenvolvida a educação moral, intelectual e profissional estreitamente ligadas entre si e considerava, também, que é necessário a instrução levar em conta as diversas experiências que cada aluno deve realizar no próprio meio. A pedagogia positivista de Émile Durkheim considerava que a educação é um aprendizado social e um meio para conformar os indivíduos às normas e valores coletivos por parte das sociedades. A pedagogia socialista proposta por Karl Marx e Friedrich Engels considerava que a educação significa formação intelectual, educação física e instrução tecnológica e que é através de educação que se transforma a sociedade. Marx e Engels defendiam a tese de que a escola deveria ser inteiramente laica e livre da influência da Igreja e do Estado.
Foi em 1833, que uma lei revolucionou a educação primária na França e no mundo: a lei que instituía a obrigação de uma escola primaria de crianças para comunas com mais de 500 habitantes, além de uma escola de formação de professores do ensino básico em cada departamento francês. Jules Ferry, então ministro da Educação, aprovou em 1881 uma lei que estabelecia a escola gratuita, e em 1882 uma segunda lei, que tornou obrigatória, e laica, a educação para crianças de 3 a 6 anos. Essas leis serviram como ponto de partida para novas leis sobre a educação que surgiriam no mundo todo. A Revolução Francesa tentou plasmar o educando a partir da consciência de classe que era o centro do conteúdo programático. A burguesia tinha clareza do que queria da educação: trabalhadores com formação de cidadãos partícipes de uma nova sociedade liberal e democrática. A Inglaterra passou a sofrer pressão por educação escolar com a Revolução Industrial. A expansão escolar irá se consolidar no século XIX quando o interesse pela educação como elemento de valorização de uma nação se torna evidente.
A inovação representada pela Educação a Distância (EAD), hoje bastante utilizada, mediada por tecnologias em que alunos e professores estão separados espacial e/ou temporalmente, ou seja, não estão fisicamente presentes em um ambiente presencial de ensino-aprendizagem, é conhecida desde o século XIX. O aperfeiçoamento dos serviços de correio, a agilização dos meios de transporte e, sobretudo, o desenvolvimento tecnológico aplicado ao campo da comunicação e da informação influíram decisivamente nos destinos da educação a distância. A partir daí, começou a utilização de um novo meio de comunicação, o rádio, inventado por Marconi em 1896, que penetrou também no ensino formal. O rádio alcançou muito sucesso em experiências nacionais e internacionais, tendo sido bastante explorado na América Latina nos programas de educação a distância, inclusive no Brasil.
6. A inovação da educação no Século XX (1901 a 2000) [2]
No século XX, o debate educacional envolveu duas grandes correntes teóricas: a Escola Nova e a concepção marxista, a primeira identificada com o capitalismo e a segunda com o socialismo. Nenhuma dessas duas correntes foi integralmente aplicada. A Escola Nova foi a corrente pedagógica de maior influência na educação do século XX. Seu teórico foi John Dewey que teve no Brasil Anísio Teixeira como seu seguidor. John Dewey defendia a tese de que a escola não podia ficar alheia à transformação produtiva e ao crescimento econômico, destacou a função democrática da educação e valorizou a ciência como método de uma educação democrática. A pedagogia de Dewey se inspira no pragmatismo, num permanente contato entre o momento teórico e o prático, está entrelaçada com as pesquisas das ciências experimentais e, em particular, a psicologia e a sociologia e está empenhada em construir uma filosofia da educação visando a formação do cidadão dotado de mentalidade moderna, científica e aberta à colaboração. A pedagogia de Dewey faz parte de um movimento chamado de “escola ativa” ou “escola nova” do final do século XIX aos anos 1930 do século XX. A pedagogia de Dewey valoriza a criança, coloca-a no centro da atividade didática opondo-se às características autoritárias da escola tradicional.
A pedagogia marxista estabelecia uma conjugação entre educação e sociedade porque toda prática educativa incorpora valores e interesses ideológicos ligados à estrutura econômica e política da sociedade, adotava estratégias educativas considerando a centralidade do trabalho na formação do homem voltada para o futuro e o papel prioritário que ele deve assumir enfatizando o valor da educação integralmente humana de todas as pessoas libertadas das condições de submissão e alienação. Na época pré-stalinista, a escola soviética foi profundamente influenciada pela pedagogia de Anton Makarenko, maior pedagogo russo, que enfatizava o trabalho, o coletivo, a colaboração, a perspectiva da “alegria do amanhã” e da felicidade para todos e não apenas a felicidade do indivíduo como preconizava Rousseau e os revolucionários do Iluminismo. Enquanto a Escola Nova de John Dewey se tornava referência nos países capitalistas, o marxismo influenciava a educação na União Soviética e nos países socialistas do leste europeu. Nem a Escola Nova se impôs nos países capitalistas, nem a pedagogia marxista se concretizou na União Soviética nem nos países do leste europeu.
O ideólogo marxista, Antonio Gramsci, formulou um modelo pedagógico mais rico. Em sua teorização valorizou a atividade humana que interpreta e transforma a realidade. Gramsci acreditava que é possível agregar classe ou grupos sociais interessados na construção da mudança social para construir uma hegemonia cultural e política contrária ao capitalismo. Gramsci considerava que a hegemonia cultural se constrói pela ação de muitas instituições educativas que deve abranger cada cidadão. Gramsci elaborou a proposta pedagógica da “escola única” procurando equacionar o trabalho intelectual e o trabalho produtivo, desenvolver a capacidade de pensar e o saber dirigir-se na vida. Quanto ao princípio educativo e aos conteúdos, defendia o humanismo socialista e a “escola única de cultura geral” (trabalho intelectual e trabalho manual) seguida de escola especializadas (profissionais).
No século XX, houve várias inovações pedagógicas originais nos países em desenvolvimento que tiveram ressonância na Europa e nos Estados Unidos como a campanha de educação de adultos aplicando modelos de conscientização inovadoras como fez Paulo Freire no Brasil. Segundo Paulo Freire, no âmbito das poucas escolas existentes, prevalecia uma concepção de ensino-aprendizagem baseada em conteúdos pedagógicos que estavam totalmente desassociados da realidade socioeconômica concreta vivida pela sociedade brasileira de então. Paulo Freire desenvolveu sua “pedagogia do oprimido”. Para ele, a transição de uma “sociedade fechada” (agrária) para uma “sociedade aberta” (urbano-industrial) demandava, necessariamente, a erradicação do analfabetismo, pois a condição de existência do analfabeto implicava a manifestação de uma consciência ingênua em relação ao mundo circundante e, por conseguinte, reprodutora do velho “status quo” social agrário. Para Paulo Freire era, portanto, necessário libertar o homem que vivia preso na “sociedade fechada” por meio do acesso ao conhecimento historicamente acumulado pela humanidade.
7. A inovação da educação no Século XXI (De 2001 até o presente momento) [2]
Na era contemporânea, a educação deixou de ser apenas presencial para se tornar, também, não presencial ou parcialmente presencial com a educação a distância (EAD) que é, modernamente, uma modalidade de educação mediada por tecnologias em que alunos e professores estão separados espacial e/ou temporalmente, ou seja, não estão fisicamente presentes em um ambiente presencial de ensino-aprendizagem. Hoje a educação pode ser processada de forma presencial, semi-presencial e educação a distância. A educação presencial corresponde aos cursos regulares onde professores e alunos se encontram sempre numa instituição de ensino. A educação semi-presencial, acontece em parte na sala de aula e outra parte a distância, utilizando tecnologia da informação. Atualmente, a EAD possibilita a inserção do aluno como sujeito de seu processo de aprendizagem, com a vantagem de que ele também descobre formas de tornar-se sujeito ativo da pesquisa e compartilhar conteúdos. No ensino a distância não há diferença entre sua metodologia e a utilizada no ensino presencial. O que muda, basicamente, não é a metodologia de ensino, mas a forma de comunicação. Nesse processo de aprendizagem, assim como no ensino regular o orientador ou o tutor da aprendizagem atua como “mediador”, isto é, aquele que estabelece uma rede de comunicação e aprendizagem multidirecional.
Hoje, as possibilidades da EAD são amplas. Pode-se fazer um curso a distância praticamente nos mesmos moldes dos presenciais, com os estudantes assistindo, pela internet às aulas de professores, com exibição de conteúdos audiovisuais. As avaliações podem ser feitas em tempo real, também pela rede, com tempo certo para a sua realização. A metodologia de ensino, a forma de avaliar a aprendizagem dos alunos e a atuação do corpo docente na educação a distância passaram por uma revolução. No exterior, há uma tendência de fim da fronteira entre educação a distância e presencial. Cursos que antes eram exclusivamente presenciais já incluem uma parte realizada remotamente. No Brasil, desde a fundação do Instituto Monitor, em 1939, várias experiências de educação a distância foram iniciadas e levadas avante com relativo sucesso. As experiências brasileiras, governamentais e privadas, foram muitas e representaram, nas últimas décadas, a mobilização de grandes contingentes de recursos. Atualmente, o ensino não presencial mobiliza os meios pedagógicos de quase todo o mundo, tanto em nações industrializadas quanto em países em desenvolvimento. Novos e mais complexos cursos são desenvolvidos, tanto no âmbito dos sistemas de ensino formal quanto nas áreas de treinamento profissional.
O progresso tecnológico facilitou a difusão do conhecimento obscurecendo a centralidade da escola tornando uma exigência redefinir seu papel na era contemporânea. A escola deixou de ser o único locus que transmite o saber. Na era contemporânea, cabe, entretanto, à escola a formação humana plena [5]. O grande desafio de educação do futuro é representado pelas rápidas mudanças que estão ocorrendo no mundo do trabalho graças ao avanço tecnológico, sobretudo ao impacto da inteligência artificial que nasceu da Ciência da Computação e é uma área extremamente multidisciplinar, que envolve Psicologia, Neurociência, Teoria da Decisão e Economia, que pode gerar o fim de algumas profissões e gerar o desemprego em massa de trabalhadores qualificados e não qualificados. Tudo isto sugere que vivenciamos uma transição que coloca enorme tensão sobre a economia e a sociedade. A educação oferecida nos moldes atuais aos trabalhadores e estudantes que se preparam para entrar no mercado de trabalho provavelmente será ineficaz. Em outras palavras os sistemas de educação estão preparando trabalhadores para um mundo do trabalho que está deixando de existir.
Essas mudanças estão a exigir a adoção de novas medidas voltadas para a qualificação da mão-de-obra que deverá saber utilizar a tecnologia como complemento, uma ferramenta, e não como um substituto de suas habilidades. Algumas funções são atribuídas a máquinas e sistemas inteligentes. Novas funções para os seres humanos surgem diante desse novo cenário. Compete aos planejadores dos sistemas de educação identificar o papel dos seres humanos no mundo do trabalho em um futuro com a presença de máquinas inteligentes para realizar uma ampla revolução no ensino em todos os níveis contemplando a qualificação dos professores e a estruturação das unidades de ensino para prepararem seus alunos para um mundo do trabalho em que as pessoas terão que lidar com máquinas inteligentes. Os currículos das unidades de ensino em todos os níveis devem ser profundamente reestruturados para atingirem esses objetivos.
Para se adequar às mudanças na economia e na sociedade impulsionadas pelo avanço tecnológico, uma revolução nos sistemas de educação já está acontecendo na era contemporânea no que diz respeito à adoção de novas metodologias de ensino como as descritas a seguir:
1. Salas de aula– Ao invés de serem destinadas à teoria, as salas terão como objetivo a prática. O aluno aprende a teoria em casa e pratica nas salas de aula com auxílio de um professor/mentor.
2. Aprendizado personalizado– Estudantes irão aprender com ferramentas que se adaptam a suas próprias capacidades, podendo aprender em tempo e locais diferentes. Isso significa que alunos acima da média serão desafiados com exercícios mais difíceis e os com mais dificuldade terão a oportunidade de praticar mais até que atinjam o nível desejado. Esse processo fará com que os professores sejam mais capazes de ver claramente qual tipo de ajuda cada estudante precisa.
3. Livre escolha– Estudantes terão a liberdade de modificar seu processo de aprendizagem, escolhendo as matérias que desejam aprender com base em suas próprias preferências e poderão utilizar diferentes dispositivos, programas e técnicas que julgarem necessários para o próprio aprendizado.
4. Aplicabilidade prática– O conhecimento não ficará apenas na teoria, ele será posto em prática através de projetos para que os alunos adquiram o domínio da técnica e também pratiquem organização, trabalho em equipe e liderança.
5. QE > QI (quociente emocional > quociente de inteligência)– Uma vez que a tecnologia traz mais eficiência e vem cada vez mais substituindo o trabalho humano em diversas áreas, a formação deverá contemplar a presença de habilidades essencialmente humanas e valorizar ainda mais as interações sociais. As escolas deverão prover mais oportunidades para os alunos adquirirem habilidades do mundo real, que farão a diferença em seus trabalhos. Isso significa mais espaço para programas de trabalho, mais projetos colaborativos, mais prática.
6. O sistema de avaliações irá mudar– Muitos argumentam que a forma como o sistema de perguntas e respostas das provas não é eficaz, pois muitos alunos apenas decoram os conteúdos e os esquecem no dia seguinte após a avaliação. Ainda, esse sistema não avalia adequadamente o que realmente o aluno é capaz de fazer com aquele conteúdo na prática. Por isso, a tendência é que as avaliações passem a ocorrer na realização de projetos reais, com os alunos colocando a mão na massa.
O Professor José Moran, um dos fundadores do Projeto Escola do Futuro da USP (Universidade de São Paulo), pesquisador e designer de projetos inovadores na educação com ênfase em valores, metodologias ativas, modelos flexíveis e tecnologias digitais, considera que a educação do futuro deveria apresentar as características seguintes:
1. Não deve ser adotado um único modelo, proposta, caminho para a educação. Trabalhar com desafios, com projetos reais, com jogos parece o caminho mais importante hoje que pode ser realizado de várias formas e em contextos diferentes. Pode-se ensinar por problemas e projetos num modelo disciplinar e em modelos sem disciplinas isoladas; com modelos mais abertos – de construção mais participativa e processual – e com modelos mais roteirizados, preparados anteriormente, planejados nos seus mínimos detalhes.
2. Alguns componentes são fundamentais para o sucesso da aprendizagem: a criação de desafios, atividades, jogos que realmente trazem as competências necessárias para cada etapa, que solicitam informações pertinentes, que oferecem recompensas estimulantes, que combinam percursos pessoais com participação significativa em grupos, que se inserem em plataformas adaptativas, que reconhecem cada aluno e ao mesmo tempo aprendem com a interação, tudo isso utilizando as tecnologias adequadas. O articulador das etapas individuais e grupais é o docente, com sua capacidade de acompanhar, mediar, de analisar os processos, resultados, lacunas e necessidades, a partir dos percursos realizados pelos alunos individual e grupalmente. Esse novo papel do professor é mais complexo do que o anterior de transmitir informações. Precisa de uma preparação em competências mais amplas, além do conhecimento do conteúdo, como saber adaptar-se ao grupo e a cada aluno; planejar, acompanhar e avaliar atividades significativas e diferentes.
3. Ensinar e aprender podem ser feitos de forma muito mais flexível, ativa e baseada no ritmo de cada aluno. O modelo mais interessante e promissor de utilização de tecnologias é o de concentrar no ambiente virtual o que é informação básica e na sala de aula as atividades mais criativas e supervisionadas. A combinação de aprendizagem por desafios, problemas reais, jogos é muito importante para que os alunos aprendam fazendo, aprendam juntos e aprendam também no seu próprio ritmo. É decisivo, também, para valorizar mais o papel do professor como gestor de processos ricos de aprendizagens significativas e não o de um simples repassador de informações. Se mudarmos a mentalidade dos docentes para serem mediadores, poderão utilizar os recursos próximos, tecnologias simples, como os que estão no celular, uma câmera para ilustrar, um programa gratuito para juntar as imagens e contar com elas histórias interessantes e os alunos serem autores, protagonistas do seu processo de aprender.
4. Os desafios de mudanças na educação são estruturais. É preciso aumentar o número de escolas de qualidade, de escolas com bons gestores, docentes e infraestrutura, que consigam motivar os alunos e que realmente promovam uma aprendizagem significativa, complexa e abrangente. Precisa haver plano de carreira, formação e valorização de gestores educacionais e professores. É preciso políticas consistentes de formação, para atrair os melhores professores, remunerá-los bem e qualificá-los melhor, de políticas inovadoras de gestão que levem os modelos de sucesso de gestão para a educação básica e superior.
5. Os educadores precisam aprender a realizar-se como pessoas e como profissionais, em contextos precários e difíceis, aprender a evoluir sempre em todos os campos, a ser mais afetivos e ao mesmo tempo saber gerenciar grupos. Devem se transformar em educadores inspiradores e motivadores.
A gestão e a infraestrutura existente em uma unidade educacional são importantes no ensino em qualquer nível. No entanto, o sucesso da aprendizagem pelos estudantes depende do professor que, na educação do futuro, deixaria de ser mero repassador de informações para os alunos e assumiria o papel de articulador do ensino nas atividades individuais e grupais com sua capacidade de acompanhar, mediar, de analisar os processos, resultados, lacunas e necessidades, a partir dos percursos realizados pelos alunos individual e grupalmente. Está comprovado mundialmente que o professor é a peça chave para o ensino de qualidade e, assim, melhorar o desempenho do aluno.
8. Conclusões
Na Antiguidade, do Século VIII a.C. ao Século V d.C.,as grandes inovações ocorridas em educação foram o desenvolvimento da escrita na Suméria, haja vista que, até então, a educação era baseada na oralidade e a criação de um sistema de ensino oficial adotado pelo império romano porque até então o Estado não havia assumido suas responsabilidades com a educação. Na Idade Média, do Século V ao Século XV, as grandes inovações em educação ocorreram com o mosteiro se tornando um local especialmente destinado à sistematização do ensino, com o nascimento da Universidade, com a burguesia investindo em escolas para ensinos práticos, com as Corporações de Ofício que se distinguem da formação escolar pelo fato de o ensino se realizar no local de trabalho e com a Reforma Protestante, que surgiu com o luteranismo e exerceu influência sobre a escola no início do século XVI, trazendo como inovação na educação a exigência da presença de meninos e meninas nos bancos escolares sem distinção de classe. Na Idade Moderna, do Século XV ao Século XVIII, as grandes inovações em educação ocorreram com as classes escolares divididas por idades e os meninos e meninas frequentando a escola, que foram conquistas dessa época, e com a renovação pedagógica proposta por Jan Comenius de “ensinar tudo a todos” baseada no empirismo (observação direta das coisas).
No século XVIII, as grandes inovações em educação ocorreram com a educação pública instituída como escola obrigatória para crianças entre 5 e 12 anos, pelo rei Frederico Guilherme da Prússia em 1717, com a tese iluminista de considerar a educação como um direito de todos, a obrigação do Estado de manter escolas, o direito à educação pública e gratuita, a garantia de que a escola pública não esteja sob o domínio de nenhum credo religioso (laicidade), com a formação de recursos humanos voltados para atender as necessidades da industrialização por uma força de trabalho munida de alfabetização, letramento matemático e habilidades mecânicas, com a 1ª Revolução Industrial e o surgimento da moderna instituição escolar pública, com a exigência do trabalhador ser no mínimo alfabetizado e capaz de operar as máquinas que eram o símbolo da revolução industrial e o reconhecimento do direito à educação para as mulheres e o povo em geral, com a Revolução Francesa de 1789 que inovou no campo do ensino ao promover a intervenção do Estado na educação ao adotar uma política que desenvolva as capacidades do aluno, que estabeleça uma verdadeira igualdade entre os cidadãos, que realize uma completa liberdade de ensino e que valorize a cultura científica e com o ensino mútuo, iniciativa educacional inovadora promovida por particulares na Inglaterra no qual adolescentes instruídos diretamente pelo mestre atuavam como auxiliares ou monitores ensinando outros adolescentes.
No século XIX, as grandes inovações em educação ocorreram com as pedagogias de Pestalozzi, bem como, as pedagogias positivista de Émile Durkheim e socialista proposta por Karl Marx e Friedrich Engels, com a lei de 1833 que instituía a obrigação de uma escola primaria de crianças e uma escola de formação de professores do ensino básico em cada departamento francês, com as leis de 1881 que estabelecia a escola gratuita e de 1882 que tornou obrigatória, e laica, a educação para crianças de 3 a 6 anos na França e serviram como ponto de partida para novas leis sobre a educação que surgiriam no mundo todo e com a Educação a Distância (EAD) que é conhecida desde o século XIX. No século XX, as grandes inovações em educação ocorreram com o surgimento da Escola Nova formulada por John Dewey que defendia a tese de que a escola não podia ficar alheia à transformação produtiva e ao crescimento econômico, destacando a função democrática da educação e valorizando a ciência como método de uma educação democrática, com a concepção marxista de educação que adotava estratégias educativas considerando a centralidade do trabalho na formação do homem voltada para o futuro e o papel prioritário que ele deve assumir enfatizando o valor da educação integralmente humana de todas as pessoas libertadas das condições de submissão e alienação e com a campanha de educação de adultos aplicando modelos de conscientização inovadoras como fez Paulo Freire no Brasil. No século XXI, as grandes inovações em educação ocorreram com o desenvolvimento da educação a distância (EAD) que é, modernamente, uma modalidade de educação mediada por tecnologias em que alunos e professores estão separados espacial e/ou temporalmente, ou seja, não estão fisicamente presentes em um ambiente presencial de ensino-aprendizagem e com as propostas de revolução nos sistemas de educação que já está acontecendo na era contemporânea no que diz respeito à adoção de novas metodologias de ensino impostas pelas mudanças na economia e na sociedade impulsionadas pelo avanço tecnológico.
REFERÊNCIAS
- ALCOFORADO, Fernando. A escalada da educação no mundo da pré-história à era contemporânea (Parte 1- A evolução da educação no mundo da Pré-História ao século XVIII), Disponível no website <https://www.linkedin.com/pulse/escalada-da-educa%C3%A7%C3%A3o-mundo-pr%C3%A9-hist%C3%B3ria-%C3%A0-era-parte-1-alcoforado-lmtqf/>.
- ALCOFORADO, Fernando. A escalada da educação no mundo da pré-história à era contemporânea (Parte 2- A evolução da educação no mundo do século XVIII ao século XXI). Disponível no website <https://www.academia.edu/117990800/A_ESCALADA_DA_EDUCA%C3%87%C3%83O_NO_MUNDO_DA_PR%C3%89_HIST%C3%93RIA_%C3%80_ERA_CONTEMPOR%C3%82NEA_Parte_2_>.
* Fernando Alcoforado, 84, condecorado com a Medalha do Mérito da Engenharia do Sistema CONFEA/CREA, membro da SBPC- Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, do IPB- Instituto Politécnico da Bahia e da Academia Baiana de Educação, engenheiro pela Escola Politécnica da UFBA e doutor em Planejamento Territorial e Desenvolvimento Regional pela Universidade de Barcelona, professor universitário (Engenharia, Economia e Administração) e consultor nas áreas de planejamento estratégico, planejamento empresarial, planejamento regional e planejamento de sistemas energéticos, foi Assessor do Vice-Presidente de Engenharia e Tecnologia da LIGHT S.A. Electric power distribution company do Rio de Janeiro, Coordenador de Planejamento Estratégico do CEPED- Centro de Pesquisa e Desenvolvimento da Bahia, Subsecretário de Energia do Estado da Bahia, Secretário do Planejamento de Salvador, é autor dos livros Globalização (Editora Nobel, São Paulo, 1997), De Collor a FHC- O Brasil e a Nova (Des)ordem Mundial (Editora Nobel, São Paulo, 1998), Um Projeto para o Brasil (Editora Nobel, São Paulo, 2000), Os condicionantes do desenvolvimento do Estado da Bahia (Tese de doutorado. Universidade de Barcelona,http://www.tesisenred.net/handle/10803/1944, 2003), Globalização e Desenvolvimento (Editora Nobel, São Paulo, 2006), Bahia- Desenvolvimento do Século XVI ao Século XX e Objetivos Estratégicos na Era Contemporânea (EGBA, Salvador, 2008), The Necessary Conditions of the Economic and Social Development- The Case of the State of Bahia (VDM Verlag Dr. Müller Aktiengesellschaft & Co. KG, Saarbrücken, Germany, 2010), Aquecimento Global e Catástrofe Planetária (Viena- Editora e Gráfica, Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo, 2010), Amazônia Sustentável- Para o progresso do Brasil e combate ao aquecimento global (Viena- Editora e Gráfica, Santa Cruz do Rio Pardo, São Paulo, 2011), Os Fatores Condicionantes do Desenvolvimento Econômico e Social (Editora CRV, Curitiba, 2012), Energia no Mundo e no Brasil- Energia e Mudança Climática Catastrófica no Século XXI (Editora CRV, Curitiba, 2015), As Grandes Revoluções Científicas, Econômicas e Sociais que Mudaram o Mundo (Editora CRV, Curitiba, 2016), A Invenção de um novo Brasil (Editora CRV, Curitiba, 2017), Esquerda x Direita e a sua convergência (Associação Baiana de Imprensa, Salvador, 2018, em co-autoria), Como inventar o futuro para mudar o mundo (Editora CRV, Curitiba, 2019), A humanidade ameaçada e as estratégias para sua sobrevivência (Editora Dialética, São Paulo, 2021), A escalada da ciência e da tecnologia ao longo da história e sua contribuição ao progresso e à sobrevivência da humanidade (Editora CRV, Curitiba, 2022), de capítulo do livro Flood Handbook (CRC Press, Boca Raton, Florida, United States, 2022), How to protect human beings from threats to their existence and avoid the extinction of humanity (Generis Publishing, Europe, Republic of Moldova, Chișinău, 2023), A revolução da educação necessária ao Brasil na era contemporânea (Editora CRV, Curitiba, 2023), Como construir um mundo de paz, progresso e felicidade para toda a humanidade (Editora CRV, Curitiba, 2024) e How to build a world of peace, progress and happiness for all humanity (Editora CRV, Curitiba, 2024).